Bolsonaro chama de “tortura” delação de Mauro Cid
O ex-presidente Jair Bolsonaro expressou sua indignação em relação à delação do ex-ajudante de ordens dele, o tenente-coronel Mauro Cid, chamando-a de “tortura”. Bolsonaro afirmou que situações semelhantes ocorridas no passado no âmbito da Lava Jato levaram à anulação dos processos.
Na quarta-feira (19/2), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes tirou o sigilo dos depoimentos de Mauro Cid e concedeu 15 dias para que Bolsonaro e os outros 33 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestem sobre o conteúdo apresentado. O grupo foi denunciado por golpe de Estado e organização criminosa em uma investigação relacionada à tentativa de impedir a posse de Lula.
Segundo os documentos divulgados, durante uma audiência em novembro de 2024, Moraes teria pressionado Mauro Cid a dizer a verdade, ameaçando sua família. Bolsonaro alegou que a forma como a delação foi obtida se configurou como tortura, comparando-a a situações que resultaram na anulação de processos da Lava Jato.
Mauro Cid foi ajudante de ordens de Jair Bolsonaro durante todo o governo, e as imagens divulgadas mostram a proximidade entre os dois. Bolsonaro negou qualquer tentativa de golpe de Estado em 2022, argumentando que não faria sentido ele mesmo orquestrar um golpe contra si mesmo. Ele também mencionou que foram discutidas hipóteses de decretação de estado de sítio e estado de defesa como medidas legais.
A acusação da PGR contra Bolsonaro inclui crimes como organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição do estado democrático de direito e outros. Além da possibilidade de prisão, Bolsonaro enfrenta medidas cautelares, como o impedimento de sair do país, refletindo nas suas relações internacionais.
Durante o processo, Bolsonaro enfatizou que não houve apoio a um golpe de Estado e que qualquer medida jurídica seria dentro dos limites da Constituição. Ele destacou que eventuais decretos seriam um recurso constitucional e que a acusação da PGR faz parte de um contexto mais amplo de investigações em curso. A repercussão dessas acusações continua a gerar debates e discussões no cenário político brasileiro.