Bolsonaro diz que acidente de Lula foi “mandrake” para evitar encontro com Maduro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste domingo, 27, que o acidente doméstico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi “mandrake” (falso), com o objetivo de evitar um encontro com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na 16ª cúpula dos Brics, realizada em Kazan, na Rússia.
 
“Por que o Lula não foi lá nos Brics? Quando aconteceu [a queda], eu botei na minha rede de ‘zap’ [WhatsApp] que era, no meu entendimento, um acidente mandrake para não se encontrar com o Maduro”, disse Bolsonaro. Ele estava acompanhando o aliado Fred Rodrigues (PL), candidato à Prefeitura de Goiânia, na capital goiana.
 
Lula sofreu o acidente doméstico no Palácio da Alvorada em 19 de outubro, quando caiu e bateu a cabeça em um banheiro. Ele estava cortando as unhas dos pés e, ao se sentar novamente, o banquinho escorregou para trás, causando a queda. Lula recebeu seis pontos no local da lesão.
 
“Tive um acidente aqui, mas uma bobagem minha. Foi grave, mas não afetou, sabe, nenhuma parte mais delicada. Estou cuidando porque qualquer coisa na cabeça é muito forte, né?” comentou o presidente.
 
Devido ao acidente, a viagem de Lula para a cúpula dos Brics foi cancelada, e ele participou da reunião por videoconferência. O ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) representou o Brasil no evento.
 
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, também questionou a veracidade do acidente de Lula. Em um post no Instagram, Saab afirmou que “fontes diretas e próximas do Brasil” o informaram que Lula manipulou o suposto acidente para evitar desconfortos com Maduro, especialmente por ser contra a entrada da Venezuela no bloco dos Brics.
 
Saab publicou um vídeo de Lula, onde o presidente aparece “sorridente e ileso”, o que, segundo ele, deixou claro que Lula usou o acidente como uma farsa para mentir ao Brasil, aos Brics e ao mundo inteiro.
 
A orientação do governo brasileiro para a delegação que foi à cúpula dos Brics era barrar a entrada de novos países no bloco, especialmente a Venezuela. O veto brasileiro foi motivado pela recusa de Maduro em divulgar as atas eleitorais para comprovar a veracidade do pleito no qual ele foi reeleito.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Isso vai fechar em 0 segundos