Bolsonaro diz que fará live com hackers para provar fraude de urnas

Na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília, nesta sexta-feira (2), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que planeja realizar uma transmissão via redes sociais com hackers para testar as seguranças das urnas eletrônicas no Brasil. De acordo com o presidente, ele já estaria entrando em contato com ”pessoas que entendem do assunto”.

”Eu pretendo, estou tentando, já fizemos contato com as pessoas que entendem do assunto, são hackers, para fazer uma demonstração pública. Lógico que a televisão não vai mostrar, mas vou fazer uma live”, afirmou.

A afirmação foi feita um dia após Bolsonaro dizer em sua live semana que apenas entregaria a faixa presidencial, caso perdesse, em 2023 para o presidente eleito caso o voto seja feito por meio impresso. Essa não é a primeira vez que Bolsonaro defende a fragilidade no sistema de segurança das urnas eletrônicas. Mesmo sem apresentar provas, ele argumenta que as eleições devem ser feitas com voto impresso – o que ele chama de ”auditável”.

De acordo com ele, houve fraude durante as votações de 2018. Bolsonaro diz que teria vencido logo no primeiro turno e não no segundo.

Até o momento, nenhuma prova da suposta falha no sistema foi mostrada pelo presidente. No último dia 22, o ministro Luís Felipe Salomão, corregedor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deu 15 dias para que fossem apresentados evidências de fraudas na urnas.

Nesta sexta-feira (2), Bolsonaro comentou também durante a saída que ”não tem que provar nada para ninguém” e que apresenta ”se quiser”.

 

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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