Bolsonaro duvida de vacina para crianças, mas aplicação é recomendada por especialistas

Bolsonaro duvida de vacina para crianças, mas aplicação é recomendada por especialistas

Bolsonaro duvida de vacina para crianças, mas aplicação é recomendada por especialistas

­As falas duvidosas do presidente Jair Bolsonaro em relação à vacinação de crianças repercutiu negativamente entre profissionais e entidades da área da saúde. Na tradicional live às quintas-feiras, exibida ontem (16), Bolsonaro afirmou ter pedido extraoficialmente o nome das pessoas que aprovaram a aplicação da Pfizer em menores entre 5 e 11 anos.

De acordo com o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, cerca de 1,6 mil nomes estão envolvidos na decisão de recomendar a vacina da Pfizer para menores entre 5 e 11 anos. Ele afirmou ainda nesta sexta (17) que o grupo foi ameaçado de morte e perseguidos por causa da avaliação favorável aos imunizantes para crianças.

O aval ocorreu após avaliação do corpo técnico da autarquia e de diálogos com a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Imunizações, por exemplo. A aprovação entre os especialistas foi quase unânime.

Apesar disso, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sinalizou desaprovar a novidade. Ele se manifestou dizendo que analisará a recomendação com a comunidade científica. Na live, Bolsonaro defendeu que a decisão de vacinar os pequenos cabe às famílias.

“Você pai, você mãe, é responsável pelo teu filho. Vai ler o comunicado pública da Anvisa, não sei se são os diretores e os presidentes ou é o corpo técnico. Mas você tem o direito de saber o nome das pessoas que aprovaram a vacina a partir de 5 anos para seu filho”, destacou completando que ainda não se decidiu sobre imunizar a filha de 11 anos.

Aplicação em Goiás

Em Goiás, não há previsão sobre o início da vacinação. A Secretaria Estadual de Saúde informou por meio de nota que aguarda informações do Ministério da Saúde sobre envio de doses e orientações quanto à operacionalização da vacinação das crianças contra a Covid-19.

Público de risco?

A vacinação de crianças é defendida pelo infectologista Marcelo Daher. O especialista afirma não ver empecilho ou contra indicação. “Eu particularmente recomendaria. A doença é pouco comum em crianças, mas acontece. Ocorre também uma manifestação, a doença inflamatória multissistêmica, que no início parece não ser causada pelo covid, porque aparece alguns depois, mas tem causado transtornos“, diz.

Segundo ele, a vacina da Pfizer aprovada pela Anvisa é uma vacina diferente na  apresentação, na dose, na menor quantidade antigênica  e os eventos adversos são muito menores em relação aos dos adultos. O médico exemplifica o sucesso do imunizante ao lembrar que nos Estados Unidos foram aplicadas mais de um milhão de doses e não houve eventos adversos graves.

“Quando avaliamos os dados de covid no mundo, o Brasil é o que tem maior incidência entre as crianças, inclusive com casos graves e óbitos. Ou seja, mesmo ocorrendo pouco, se somarmos o quantitativo de crianças, esse pouco acaba sendo muito. Se a gente tem um instrumento para protegê-las evitando formas graves do covid e a diminuição da transmissão é plausível utilizarmos esse mecanismo”, pontua.

Sobre a ameaça de morte aos integrantes da Agência por causa do aval técnico, Daher classifica como um absurdo. “A vacina não é obrigatória. Liberar a vacina não significa que se está vacinando todo mundo. É um ato para quem quer se vacinar e proteger seus filhos”, defende.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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