Bolsonaro é considerado réu por incitação ao crime de estupro, diz Justiça do Distrito Federal

O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), foi considerado réu por incitação ao crime de estupro pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), por decisão do juiz Omar Dantas de Lima. Nas redes sociais, Bolsonaro afirmou que “a perseguição não para”, se referindo a ação.

O caso aconteceu em 2014, quando Bolsonaro ainda era deputado federal. Na Câmara dos Deputados, o ex-presidente afirmou que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) não merecia ser estuprada porque ele a considera “muito feia” e que ela não faz o “tipo” dele.

Vale ressaltar que a ação penal aberta pelo TJDFT não significa condenação, mas sim, que agora Bolsonaro passa a ser considerado formalmente acusado. O ex-presidente poderá ser considerado culpado pela Justiça ou não, somente após o final do processo e novas chances de defesa.

Em junho de 2016, Bolsonaro se tornou réu de duas ações penais relacionadas ao mesmo caso. Na decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), por quatro votos a um, foi definido que Bolsonaro não só incitou a prática do estupro, como também ofendeu a honra de Maria do Rosário.

As ações foram suspensas em 2019 com Bolsonaro assumindo a presidência do país. Constitucionalmente é previsto que o presidente da República está imune de ser processado por atos anteriores durante o exercício do mandato.

O ministro do STF, Dias Toffoli, determinou, atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República, o envio da ação penal para a Justiça do Distrito Federal. Na ação, Bolsonaro é réu por incitação ao crime de estupro.

De acordo com a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, Bolsonaro não tem mais foro privilegiado, os casos devem seguir na primeira instância, então não caberia mais atuação do STF.

Ainda nas redes sociais, Bolsonaro também afirmou que sempre defendeu a punição mais severa contra quem comete o crime e “justamente quem defende o criminoso agora vira a ‘vítima’”. Além disso, disse ter sido insultado e que “a ordem dos fatos é modificada para confirmar mais uma perseguição política”.

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Lula promete zerar fome no país até fim do mandato

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu no sábado, 16, que, até o fim do mandato, nenhum brasileiro vai passar fome no país. A declaração foi feita no último dia do Festival Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, na região central do Rio de Janeiro.

“Quero dizer para os milhões de habitantes que passam fome no mundo, para as crianças que não sabem se vai ter alimento. Quero dizer que hoje não tem, mas amanhã vai ter. É preciso coragem para mudar essa história perversa”, disse o presidente. “O que falta não é produção de alimentos. O mundo tem tecnologia e genética para produzir alimentos suficientes. Falta responsabilidade para colocar o pobre no orçamento público e garantir comida. Tiramos 24 milhões de pessoas da fome até agora. E em 2026, não teremos nenhum brasileiro passando fome”.

O evento encerrou a programação do G20 Social, que reuniu durante três dias representantes do governo federal, movimentos sociais e instituições não governamentais. Na segunda, 18, e terça-feira, 19, acontece a Cúpula do G20, com os líderes dos principais países do mundo. A discussão de iniciativas contra a fome e a pobreza são bandeiras da presidência brasileira do G20.

“Quando colocamos fome para discutir no G20, era para transformar em questão politica. Ela é tratada como uma questão social, apenas um número estatístico para período de eleição e depois é esquecida. Quem tem fome é tratado como invisível no país”, disse o presidente. “Fome não é questão da natureza. Não é questão alheia ao ser humano. Ela é tratada como se não existisse. Mas é responsabilidade de todos nós governantes do planeta”.

O encerramento do festival teve a participação dos artistas Ney Matogrosso, Maria Gadú, Alceu Valença, Fafá de Belém, Jaloo Kleber Lucas, Jovem Dionísio, Tássia Reis, Jota.Pê e Lukinhas.

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