O governo Jair Bolsonaro (sem partido) ira pagar US$ 2 a mais que governos estaduais pela vacina Sputnik V pelo fato de ter escolhido fazer o negócio usando a União Química como intermediária. É o que aponta a nova reportagem do The Intercept Brasil.
Segundo o site, a farmacêutica pertence a um empresário que já doou dinheiro a um partido do Centrão, o PSD; tem um ex-deputado do Centrão como diretor; e conta com o lobby do líder de Bolsonaro na Câmara, o ex-ministro da Saúde Ricardo Barros, do PP, partido que também faz parte do Centrão. Ainda segundo o site, cada uma das 10 milhões de doses compradas pelo Ministério da Saúde vai custar US$ 11,95. Os governos estaduais pagaram US$ 9,95 a dose, comprando diretamente da Rússia.
O contrato da Sputnik foi assinado entre o então diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, e a União Química em 12 de março. Eduardo Pazuello ainda era ministro da Saúde. Dois dias antes do acordo, o presidente Jair Bolsonaro sancionou uma lei que permite a importação direta de vacinas contra a COVID-19.