Bolsonaro montou esquema para comprar parlamentares no Congresso

Bolsonaro montou esquema para comprar parlamentares no Congresso

Neste domingo (9), o escandaloso esquema montado pelo governo do presidente Bolsonaro para comprar o apoio de parlamentares no Congresso Nacional veio a tona.

Segundo a reportagem de Breno Pires, Jair Bolsonaro teria montado, no final de 2020, um orçamento secreto e paralelo no valor de R$ 3 bilhões em emendas. Uma boa parte do dinheiro foi usado para à compra de tratores e equipamentos agrícolas pelo preço em ate 259% acima da referência. Os dados foram encontrados em 101 ofícios enviados por deputados e senadores ao Ministério do Desenvolvimento Regional.

Os ofícios mostram que o orçamento secreto de Bolsonaro também atropela leis orçamentárias, já que os ministros e deputados deveriam definir onde seria aplicado os recursos. Os acordo e o direcionamento do dinheiro não foram públicos, assim com a distribuição não foi igual entre os congressistas, evidenciando um interesse eleitoral do governo.

O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), determinou a aplicação de R$ 277 milhões de verbas públicas só do Ministério do Desenvolvimento Regional, assumindo a função do ministro Rogério Marinho. Se fossem liberar a verba pelas vias convencionais, o ex-presidente do Senado tardaria 34 anos, já que cada parlamenta tem o direito de movimentar apenas R$ 8 milhões ao ano.

Alcoumbre teria enviado R$ 81 milhões à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Paranaíba (Codevasf), que te o estatal sob seu controle. Segundo o documento, o senador teria destinado R$ 10 milhões para obras fora do Amapá. As máquinas seriam destinadas a prefeituras para auxiliar obras nas áreas rurais e vias urbanas e projetos de cooperativas da agricultura familiar no Paraná. Sem questionar o Senador, o governo teria concordado em compras máquinas no valor de R$ 500 mil, quando o preço de referência teria sido de R$ 200 mil.

Além de Alcoumbre, os nomes dos deputados Vicentinho Junior (PL-TO), Ottaci Nascimento (SD-RR), Bosco Saraiva (SD-AM), Lucio Mosquini (MDB-RO) e da ex-deputada Flávia Arruda (PL-TO), hoje ministra-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, responsável justamente pela articulação com o Congresso.

Nas redes sociais, o nome do orçamento secreto já teria ganhando apelidos como ”Bolsolão”, um bolo de recursos que o presidente utiliza para comprar o apoio de parlamentares.

 

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PF investiga general ligado ao governo Bolsonaro por imprimir plano para matar Moraes, Lula e Alckmin no Planalto

A Polícia Federal (PF) revelou que o general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência e ex-ministro interino do governo Bolsonaro, teria impresso no Palácio do Planalto um “plano operacional” para assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin. Denominado “Punhal Verde e Amarelo”, o plano de três páginas foi encontrado no gabinete da Secretaria-Geral. Fernandes foi preso na manhã desta terça-feira (19).

De acordo com a PF, o documento, salvo sob o título “Plj.docx” (referência à palavra “planejamento”), detalhava a execução do plano. Além disso, outros arquivos sensíveis, como “Fox_2017”, “Ranger_2014” e “BMW_2019”, foram localizados na pasta “ZZZZ_Em Andamento”, que a polícia interpretou como um indício de que as ações estavam em fase ativa. Curiosamente, os nomes dos arquivos remetiam a veículos pessoais do general, segundo o relatório policial.

A defesa de Mário Fernandes ainda não se pronunciou sobre o caso.

Operação e alvos

A operação desta terça-feira prendeu quatro militares e um policial federal, todos investigados por ligação com um suposto grupo denominado “Kids Pretos”, formado por integrantes das Forças Especiais. O grupo é acusado de planejar o assassinato de lideranças políticas após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

Ao todo, a operação cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e determinou 15 medidas cautelares, incluindo a entrega de passaportes e a suspensão de funções públicas dos envolvidos. Entre os alvos estão Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, além do policial federal Wladimir Matos Soares.

A investigação faz parte de um inquérito mais amplo que apura possíveis tentativas de golpe de Estado relacionadas à eleição de 2022.

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