Bolsonaro mostra “melhora progressiva”, mas sem previsão de alta, afirma boletim

Bolsonaro mostra "melhora progressiva", mas sem previsão de alta, afirma boletim

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está mostrando uma “melhora progressiva de todos os sintomas” após permanecer seis dias internado no Hospital Vila Nova Star, localizado na zona sul de São Paulo. No entanto, ainda não há uma previsão para sua alta, conforme informado em um boletim médico divulgado neste sábado, dia 11.

Bolsonaro foi hospitalizado devido a uma infecção na pele (erisipela) e um quadro de obstrução intestinal. O último boletim médico indica melhorias nos sintomas, no quadro infeccioso e nos resultados dos exames laboratoriais. Na tarde deste sábado, o ex-presidente participou de um evento do PL Mulher em Aracaju, Sergipe, por meio de videochamada.

De acordo com o documento, Bolsonaro “permanece sem febre, recebendo antibióticos por via endovenosa, fisioterapia e medidas de prevenção de trombose venosa”.

O ex-mandatário estava participando de eventos partidários em Manaus, Amazonas, quando foi internado às pressas no dia 4 devido a um caso de erisipela, a mesma infecção que o afetou em novembro de 2022, após as eleições presidenciais. Ele recebeu alta no mesmo dia, mas retornou ao hospital no dia 5.

Bolsonaro chegou à capital paulista pouco depois das 19h da segunda-feira, 6, e foi transferido de ambulância, escoltada por dois carros, até o hospital na zona sul. Inicialmente, estava prevista sua transferência para Brasília, mas um desconforto na região do abdômen levou a uma mudança de planos. 

O médico-cirurgião Antônio Macedo, que o acompanha desde o atentado sofrido na campanha eleitoral de 2018, é o responsável pelo seu tratamento, juntamente com o cardiologista Leandro Echenique.

Com as agendas canceladas e sem previsão de alta, Bolsonaro recebeu a visita do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nesta semana, indicando um gesto de apoio e fidelidade. No entanto, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), ainda não o visitou, apesar dos planos de uma visita na sexta-feira, 10. 

Nunes garantiu o apoio de Bolsonaro e do PL para sua reeleição, mas enfrenta cobranças de seus apoiadores, que questionam seu alinhamento político.

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Restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos faz descoberta de cemitério de africanos escravizados

A restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, culminou em uma importante descoberta arqueológica: um cemitério com mais de 200 anos. Durante as escavações para a implantação de um sistema de drenagem, os arqueólogos encontraram ossadas que, segundo especialistas, são possivelmente de africanos escravizados e negros libertos.

A obra, iniciada em abril deste ano, é realizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com um investimento de R$ 3,5 milhões. A conclusão está prevista para 2025. A descoberta das ossadas aconteceu em novembro, quando 35 ossadas foram exumadas sob o calçamento externo, e centenas de outros túmulos foram identificados.

Importância Histórica e Cultural

“É uma descoberta importantíssima para a história de Jaraguá e do estado de Goiás, pois nos permite resgatar a memória histórica de um período significativo para a formação cultural”, ressalta a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes. Este achado reforça a importância da preservação do patrimônio material e imaterial, conectando-nos com as raízes de nossa história.

Além das ossadas, os trabalhos também revelaram, com a remoção do piso de madeira, 56 campas funerárias numeradas dentro da igreja. Segundo os arqueólogos, há cerca de 150 sepultamentos nas laterais, no fundo e no pátio frontal da igreja. “Tem um sepultamento atravessado embaixo da escada da igreja, então quer dizer que aquela escada não é tão antiga, não é a original da construção. Em alguns locais a gente encontrou sobreposição de esqueleto, ou seja, existia o uso contínuo dessas covas”, conta o arqueólogo Wagner Magalhães.

A equipe agora enfrenta o desafio de extrair o máximo de informações possíveis sobre os esqueletos, que estão em péssimas condições de preservação devido ao solo úmido do local. As ossadas retiradas serão estudadas em laboratório para obter informações sobre sexo e faixa etária. Posteriormente, será feito um levantamento histórico com base nos registros de batismo e morte.

“Foi um trabalho surpreendente não só porque é inédito, mas é uma coisa que está mexendo com a memória. Quem eram essas pessoas? Apesar de não ter a história completa, a gente tem uma ideia do que aconteceu ali”, ressalta a arqueóloga Elaine Alencastro.

Educação patrimonial

Após o trabalho de curadoria da equipe arqueológica, a Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Goiás, vai oferecer uma ação de educação patrimonial na igreja. “Todas as nossas obras já possuem tapumes educativos que contam a história do edifício, mas, com essa descoberta, vamos montar uma estrutura na igreja para que todos possam conhecer mais sobre essa história que ficou escondida durante tantos anos”, adianta a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secult, Bruna Arruda.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi construída em 1776 pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Nessa época, era comum a construção de igrejas específicas para a população negra. “Essa igreja foi dedicada aos pretos e foi construída por eles, e a população africana teve um papel importantíssimo até para a formação da cidade de Jaraguá. Então o que a gente tem aqui é um pouquinho da nossa história e traz também um pouco da história do início das minas de ouro, desses povos que trabalharam lá”, explica Wagner Magalhães.

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