Bolsonaro movimenta aparato público dos governos federal e do DF

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A chegada do ex-presidente Jair Bolsonaro prevista para o início da manhã desta quinta-feira, 30, está mobilizando os governos Lula e do Distrito Federal. O ministro da Justiça Flávio Dino confirmou o reforço policial no interior do aeroporto de Brasília, mas descartou apoio de segurança nos arredores do local. O fechamento de vias não está sendo considerado pelo governador da capital federal, Ibaneis Rocha.

 

Um esquema especial deve ser empregado na região da Praça dos Três Poderes, palco da invasão à sede dos Executivo, Legislativo e Judiciário em 8 de janeiro. Os tumultos serão coibidos com a instalação de barreiras que impedirão o acesso do público. A ideia é garantir a segurança de Bolsonaro e de quem estiver no aeroporto. Os organizadores do plano de ação querem limitar o fluxo de pessoas, medida que frustrou os apoiadores interessados em recepcionar o ex-presidente no saguão do prédio.

 

Segundo Dino, a PF se restringirá à atribuição constitucional de segurança aeroportuária. “Quem faz policiamento fora do aeroporto é a Polícia Militar do Distrito Federal. É uma questão de o líder e os liderados se comportarem, que eu acho que nem vai ser preciso ter polícia lá”, adiantou em declaração na Câmara dos Deputados. A saída do político não deve ser pela porta principal. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, líderes do partido no Congresso e o secretário nacional de Relações Institucionais, Walter Braga Netto, devem acompanhá-lo, assim como eleitores convocados pela internet por parlamentares bolsonaristas.

 

Após três meses de férias nos Estados Unidos, Jair retorna ao Brasil com a família. Bolsonaro promete liderar a direita em oposição ao governo Lula. Em entrevistas, o político já declarou interesse em eleger prefeitos aliados nas eleições municipais em outubro de 2023 e reconheceu que pode se tornar inelegível para um novo mandato para presidente com a condenação de um processo por propaganda eleitoral irregular em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Um dos primeiros compromissos da agenda em solo brasileiro deve ser a visita de Bolsonaro à feira de tecnologia para o agronegócio Tecnoshow Comigo, em Rio Verde. O apadrinhado e ex-candidato ao governo de Goiás, major Vitor Hugo, revelou que convidou o ex-presidente para comparecer ao evento, mas ainda não obteve a confirmação. A programação termina nesta sexta-feira, 31.

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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