Bolsonaro nega apoio para entrega urgente de caixões em Manaus

A Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abradif) denunciou, por meio de nota, que o governo Bolsonaro se negou a dar apoio logístico para que empresas do setor fizessem uma entrega emergencial de caixões na cidade de Manaus. Por conta da pandemia de coronavírus, a capital amazonense teve um duplo colapso: primeiro no sistema de saúde e, consequentemente, no serviço funerário. Com média de 100 enterros por dia, o estoque de urnas funerárias está perto de se esgotar, e os corpos estão sendo amontoados em câmaras frigoríficas, podendo vir a ser enterrados em sacos plásticos.

A Abredif informou que solicitou ao governo Bolsonaro um avião para transporte urgente de 2 mil caixões, pois o transporte por via terrestre leva pode levar até alguns dias. “A situação se agrava a cada minuto. O setor tem vários caminhões carregados de urnas a caminho de Manaus. Contudo, esta viagem, que ocorre parte por via terrestre, parte por balsa, demanda vários dias. Lamentamos este distanciamento da pauta do governo das reais necessidades da sociedade”, disse a entidade.

A associação também criticou a resposta do governo Bolsonaro, apontando demagogia na justificativa. Em resposta a Abredif, o governo federal informou que “adotou ações para minimizar os impactos do coronavírus no Estado do Amazonas, entre elas a entrega de 55 respiradores; 486 mascaras; 46.560 Testes rápidos, e o envio de 29 profissionais da Força Aérea Nacional do Sus (8 medico, 19 enfermeiros e 02 fisioterapeutas)”.

“Chamou-nos a atenção que o número de respiradores ‘ofertados’ pelo governo é menor que a metade do número de óbitos que estão ocorrendo. Certamente, se pelo menos enviassem os equipamentos médicos na quantidade necessária, não necessitaríamos, nós funerários, de pedir apoio logístico para enviar urnas funerárias”, disse a associação.

Até ontem, o estado do Amazonas havia registrado 3.900 casos confirmados de coronavírus e 320 mortes por covid-19, além de outras mortes por diferentes causas. O principal cemitério de Manaus, o Nossa Senhora Aparecida, passou a realizar enterros noturnos e em trincheiras, com vários caixões ao mesmo tempo, para agilizar o processo. Antes a cidade tinha 30 enterros por dia, em média. A prefeitura da cidade chegou a anunciar que enterraria caixões empilhados, mas desistiu.

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Cidade japonesa adota medidas para conter mau comportamento de turistas

Ginzan Onsen, famosa cidade de águas termais no Japão, implementou novas regras para controlar o comportamento dos visitantes e combater o turismo excessivo durante o inverno. Conhecida por suas paisagens cobertas de neve e seus edifícios tradicionais da era Edo, a cidade atrai milhares de viajantes todos os anos, mas sua popularidade trouxe desafios para os moradores locais.

Localizada na região de Yamagata, cerca de 420 km ao norte de Tóquio, Ginzan Onsen recebe cerca de 330 mil turistas anualmente. O destino é procurado não apenas pelas águas termais, mas também por sua beleza pitoresca, que, segundo especulações, inspirou o filme “A Viagem de Chihiro”, do renomado animador Hayao Miyazaki.

No entanto, o aumento no número de visitantes tem gerado conflitos por espaços para fotos, infrações de trânsito e problemas com estacionamento. Segundo um comunicado oficial, “muitos visitantes ficaram irritados por causa de bons locais para tirar fotos”, o que levou a desentendimentos e dificuldades na gestão da cidade.

Para reduzir os impactos, a partir de 7 de janeiro, Ginzan Onsen adotará restrições no acesso. Visitantes que quiserem entrar na cidade após as 17h precisarão adquirir um ingresso, ao custo de 1150 ienes (cerca de R$45). Aqueles sem reservas em hotéis locais serão proibidos de permanecer no local após as 20h.

Além disso, turistas que chegarem de carro deverão estacionar em um centro turístico próximo e utilizar ônibus para acessar a cidade. Essas medidas buscam melhorar a segurança e a experiência dos visitantes, especialmente em um ambiente onde estradas cobertas de neve frequentemente causam congestionamentos e dificultam a passagem de veículos de emergência.

Hiroyuki Ishii, representante do Escritório de Medidas contra o Excesso de Turismo de Ginzan Onsen, destacou que áreas estreitas para fotos têm gerado disputas entre os turistas, com relatos de pessoas quase caindo no rio após esbarrões.

Ginzan Onsen é mais um exemplo de destinos turísticos no Japão que têm adotado regulações diante do aumento recorde de visitantes. Até novembro deste ano, o país registrou 33 milhões de turistas estrangeiros, superando o recorde de 31,9 milhões de 2019, segundo dados da Organização Nacional de Turismo do Japão.

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