“Nada foi iniciado”, diz Bolsonaro sobre plano para matar Lula
O ex-presidente e outras 36 pessoas foram indiciadas pela PF em um inquérito que
investiga uma tentativa de golpe de Estado
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta segunda-feira
(25/11), que nenhum plano “foi iniciado” com o intuito de matar o então
presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu vice, Geraldo Alckmin
(PSB), e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro conversou com a imprensa após desembarcar no Aeroporto Internacional
de Brasília.
“No meu entender, nada foi iniciado. Não podemos começar agora a querer punir o
crime de opinião, ou o crime de pensamento”, avaliou Bolsonaro.
Na terça-feira (19/11) a Operação Contragolpe, da Polícia Federal (PF), prendeu
quatro militares e um agente da corporação por suspeita de planejar a execução
de Lula, Alexandre de Moraes e do vice-presidente, Geraldo Alckmin.
Um dos presos é o general da reserva Mário Fernandes, que foi
secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro e
trabalhou como assessor de gabinete do deputado federal Eduardo Pazuello
(PL-RJ), ex-ministro da Saúde.
INDICIAMENTO
A Polícia Federal (PF) indiciou Bolsonaro e outras 36 pessoas pelos crimes de abolição violenta do Estado
Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Segundo as
investigações, eles são suspeitos de envolvimento em um plano golpista que tinha
como objetivo a manutenção do ex-presidente no poder mesmo após a vitória
eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Bolsonaro saiu de Alagoas, capital de Maceió, com destino a Brasília na tarde
desta segunda. Durante a passagem pelo Nordeste, o ex-presidente se encontrou
com Gilson Machado, ex-ministro do Turismo.
PL DA ANISTIA
O indiciamento de Bolsonaro teve consequências também no Congresso Nacional. Os
últimos acontecimentos, por exemplo, impactam na tramitação do Projeto de Lei
(PL) que concede anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando
apoiadores do ex-presidente invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em
Brasília.
A proposta já tinha sido considerada prejudicada depois que Francisco Wanderley
Luiz, 59 anos, ateou explosivos contra a sede do Supremo Tribunal Federal (STF)
e, momentos antes, o carro dele ter explodido no estacionamento do Anexo IV da
Câmara.