Nesta quarta-feira, 27, o presidente Jair Bolsonaro fez um apelo para que os caminhoneiros desistam da paralisação da categoria, agendada para semana que vem. Ele afirmou que a intenção do governo é diminuir os tributos sobre o diesel para aliviar a pressão do reajuste do combustível sobre o bolso dos caminhoneiros, porém ressaltou que “não é uma conta fácil de ser feita”.
A reeducação de cada centavo mp PIS/Cofins sobre o diesel teria impacto de R$ 800 milhões nos cofres públicos. “Reconhecemos o valor dos caminhoneiros para a economia, apelamos para eles que não façam greve, que todos nós vamos perder”, disse o presidente.
Hoje, 17, Bolsonaro estava em reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, na sede da pasta. A reunião não fazia parte da agenda oficial de nenhum deles. No encontro, um dos temas foi a possibilidade de compensar os caminhoneiros devido o aumento no preço do diesel.
“Estamos estudando medidas. Agora não tenho como dar uma resposta de como diminuir o impacto, na verdade foram R$ 0,09 (de aumento) no preço do diesel (na refinaria). Para cada centavo no preço do diesel que por ventura nós queremos diminuir, no caso o PIS/Cofins, equivale a buscarmos em algum outro local R$ 800 milhões. Então não é uma conta fácil de ser feita”, declarou o presidente.
O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) mostrou que os técnicos ressaltam que o corte no PIS/Cofins só será realizado se acontecer compensação, ou seja, elevação de outro tributo ou corte de subsídios. A área econômica ainda está avaliando as opções. Existem especialistas contra a decisão por considerar que isso resolve o problema apenas a curto prazo, sem afastar o risco de novos reajustes nos preços.
Bolsonaro destacou que a Petrobras dá reajustes seguindo o preço do petróleo no mercado internacional e a cotação do dólar. “Ontem tivemos boa notícia, dólar baixou 20 centavos”, informa.
O presidente atribuiu o alto preço do combustível aos impostos, principalmente estaduais. “O diesel, na refinaria, o preço está razoável, mas até chegar na bomba de combustível tem ICMS, tem margem de lucro, tem transportador, tem muito monopólio no meio disso”, disse.
“A solução não é fácil e estamos buscando uma maneira de não ter mais esse reajuste (para o diesel). Porque os impostos federais, a gente sempre disse, eu estou pronto para zerar, a gente vai para o sacrifício, mas gostaria que o ICMS acompanhasse também essa diminuição”, finalizou .
Foto: Alan Santos/PR