Condenado por crimes citados na CPI, Bolsonaro pegaria pelo menos 32 anos de prisão

Bolsonaro em discurso na ONU. | Entre os indiciamentos de crimes estão infração de medidas sanitárias preventivas e emprego irregular de verba pública.

Nesta terça-feira (19), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid deve apresentar o relatório final, que será votado quarta-feira (20). Depois de quase seis meses de depoimentos, quebras de sigilo e análise de documentos, a Comissão deve atribuir 11 crimes ao presidente. Se for condenado com a pena mínima de cada um, Bolsonaro pode pegar pelo menos 32 anos de prisão, além de perder o mandato. Os crimes que devem ser atribuídos a ele são: 

  1. Epidemia com resultado morte;
  2. Infração de medidas sanitárias preventivas
  3. Emprego irregular de verba pública;
  4. Incitação ao crime;
  5. Falsificação de documentos particulares;
  6. Charlatanismo;
  7. Prevaricação;
  8. Genocídio de indígenas;
  9. Crimes contra a humanidade;
  10. Crimes de responsabilidade; 
  11. Homicídio por omissão no enfrentamento à pandemia. 

O relator da CPI, senador Renan Calheiros, deve colocar também sugestão de indiciamento dos filhos do presidente (Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro), de ministros, como Marcelo Queiroga (Ministério da Saúde), Onyx Lorenzoni (Ministério do Trabalho e Previdência Social) e ainda de Eduardo Pazuello, ex-ministro da saúde e Ernesto Araújo, ex-ministro de Relações Exteriores. 

Consequências do relatório

A sugestão de indiciamento da CPI não é exatamente uma denúncia, mas pode ser ponto de partida para isso. O juiz e professor de Direito Penal da Universidade Federal de Goiás (UFG), Adegmar Ferreira, explica que as onze acusações ao presidente Bolsonaro se dividem em crimes comuns, crimes de responsabilidade e crimes contra a humanidade. 

“No caso dos crimes comuns, é o Procurador Geral da República [Augusto Aras] quem tem que oferecer denúncia ao Supremo Tribunal Federal. Agora, para o crime de responsabilidade, o próprio presidente da CPI, caso ele queira, encaminha o pedido formal de Impeachment”, explica o professor. Órgãos como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também podem fazer esta solicitação. Atualmente, mais de 100 pedidos de impeachment contra Jair Bolsonaro foram apresentados à Câmara dos Deputados. 

Para o professor, teoricamente, é possível pensar na acusação de crime de responsabilidade e pedido de impeachment. “Vai depender muito da consistência do requerimento, argumentação a ser apresentada, das provas materiais que a CPI colheu”, acredita. Segundo ele, a opinião pública também influencia: “a chamada voz do povo”.

Os crimes contra a humanidade e genocídio de indígenas, se permanecerem no relatório, podem ser julgados também no Tribunal Penal Internacional. “Não compra de vacina e morte de mais de 600 mil pessoas configuram crime de genocídio contra a humanidade. Aí é questão de esses fatos chegarem ao tribunal”, conclui.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Hackers atacam site do governo argentino e divulgam ofensas a Javier Milei

O site oficial do governo da Argentina foi alvo de um ataque cibernético na noite desta quarta-feira, 25. Durante a invasão, os hackers publicaram ofensas direcionadas ao presidente Javier Milei, além de conteúdos antissemitas.

De acordo com o jornal La Nación, o portal “Mi Argentina” ficou fora do ar por mais de uma hora, impossibilitando o acesso aos serviços disponíveis. A Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do país informou que o ataque ocorreu por volta das 21h30.

Entre as ações dos invasores, foram divulgadas músicas com insultos ao presidente, alterações em cabeçalhos e rodapés do site e uma série de stories na conta oficial do governo argentino no Instagram.

Em nota publicada na rede social X, a Secretaria de Inovação afirmou que o episódio reflete a precariedade dos sistemas herdados de administrações anteriores. O órgão também criticou a oposição por não apoiar investimentos em cibersegurança, previstos no decreto de necessidades e urgência proposto por Milei.

A Secretaria declarou ainda que o problema foi resolvido e os sistemas foram restabelecidos.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp