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Bolsonaro pode fazer discurso antes de viajar aos Estados Unidos nesta quarta, 28

Última atualização 27/12/2022 | 17:00

O futuro ex-presidente Jair Bolsonaro está sendo aconselhado a romper o silêncio e fazer um discurso final antes de deixar o cargo e embarcar para os Estados Unidos. A viagem está marcada para esta quarta-feira, 28. Nos bastidores, aliados estariam pedindo a ele que agradeça novamente os 58 milhões de votos e informe que trabalhará na oposição ao governo do presidente eleito Lula. A expectativa é que o pronunciamento possa ocorrer pela manhã.

 

A “saída” à francesa de Bolsonaro estaria sendo comemorada pela equipe de transição. É que a posse do petista em 1º de janeiro deve reunir cerca de 50 delegações estrangeiras e parte delas estaria preocupada com o risco de atentado durante o evento. Além disso, a ausência do atual presidente em território brasileiro enfraqueceria o movimento de apoiadores com a perda do estímulo à ruptura institucional.

 

Com a decisão de se mudar para o exterior e vivenciar um período sabático por cerca de três meses, a faixa presidencial não será passada por ele a Lula. O vice-presidente Hamilton Mourão também se recusou a cumprir o protocolo. O presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira teria o precedente para executar a tarefa, mas, como não é uma exigência legal para garantir o petista no cargo, a coordenadora da cerimônia de posse, a primeira-dama Janja, planeja escolher uma “mulher do povo” para o momento simbólico.

 

A frustração do acionamento de explosivos no aeroporto de Brasília e a identificação de artefato em uma região do Distrito Federal nesta semana fez a equipe de Lula reforçar a segurança do petista e do vice Geraldo Alckmin. Na última segunda-feira, 26, a equipe antibomba da Polícia Federal (PF)  fez uma varredura no hotel onde o eleito está hospedado em Brasília e a Polícia Militar local intensificou a ronda nos arredores.

 

Desde o fim do segundo turno das eleições, em 30 de outubro, Bolsonaro fez cerca de quatro aparições em público. A primeiro foi dois dias após a derrota nas urnas, quando afirmou que cumprirá a Constituição e agradeceu votos sem citar Lula. Na mais recente, ele surgiu andando de moto próximo ao Palácio da Alvorada no dia 24 de dezembro, em Brasília, e ao final conversou com apoiadores que estavam em frente ao local.