Um grupo de empresários de São Paulo estaria articulando estratégias para prorrogar a estadia do ex-presidente Jair Bolsonaro nos Estados Unidos. Eles acreditam que é uma forma de evitar ainda mais exposição e desgastes jurídicos com um possível retorno do líder do Partido Liberal (PL) ao Brasil, a exemplo da prisão do apoiador e ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, ainda no aeroporto de Brasília logo que desembarcou em 14 de janeiro.
Os bolsonaristas já teriam acertado seis palestras de Jair para empresários americanos, mas ainda não se sabe qual seria o tema. Cada uma das aparições renderia US$ 10 mil. Ele teria concordado em ministrar apenas uma até o momento. A fonte de rende dele inclui a aposentadoria como deputado federal (R$ 46,4 mil) e o salário como capitão reformado do Exército (R$ 12 mil). Ao todo, são cerca de 58,4 mil mensais
O dinheiro ajudaria no custeio de uma casa alugada no mesmo condomínio onde ele está hospedado na mansão do ex-lutador de MMA, José Aldo, e ainda da defesa dos processos contra ele. Na semana passada, ele foi incluído no inquérito que apura os financiadores dos atos antidemocráticos em 08 de janeiro, em Brasília. Na residência ficariam o filho Carlos Bolsonaro, e um outros apoiadores mais próximos.
Existe a possibilidade de o ex-presidente conseguir um extra de R$ 39,2 mil como presidente de honra do PL. O entrave é a exigência imposta pelo presidente Valdemar da Costa Neto, que atrelou o pagamento à permanência de Bolsonaro no Brasil. Na lista de vantagens de Jair fazem parte os benefícios previstos em lei para quem já foi chefe do Executivo federal: carro de luxo e até oito servidores pagos com dinheiro público.
A previsão inicial é que a viagem aos Estados Unidos termine no fim deste mês. Se se tornar réu em algum dos 16 processos contra ele, uma prisão preventiva pode ser decretada e pode ocorrer um pedido de extradição dele ao governo norte-americano. O visto dele é de chefe de Estado e expira ainda em janeiro. A solução temporária para continuar no exterior é solicitar visto de turista, com validade de 90 dias. No entanto, deputados da sigla do presidente Joe Biden estão pedindo a revogação da autorização.