Bolsonaro proibe presidente do Senado de receber Lula

De acordo com o jornal O Globo, Pacheco teria avisado a Jair Bolsonaro que a conversa com o ex-presidente seria “institucional” e que Lula seria recebido como “chefe de um poder”. Em resposta, Bolsonaro teria dito a interlocutores que o presidente do iria “se prejudicar” caso participasse da reunião.

A reunião que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), na tarde desta quinta-feira (6) foi cancelada. Segundo a assessoria do ex-presidente Lula, o cancelamento se deve a uma incompatibilidade de agenda, uma vez que ele teria encontros com diversos embaixadores. A assessoria de Pacheco disse que a reunião estava apenas “pré-marcada”, sem confirmação de que seria realizada.

Lula está em Brasília desde a segunda-feira (3). Na capital federal, o ex-presidente vem mantendo encontro com políticos e autoridades visando acordos para a eleição do próximo ano. Nesta direção, o ex-presidente já se encontrou com os deputados Marcelo Freixo (PSOL-RJ), Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Alessandro Molon (PSB-RJ), para discutir o pleito estadual de 2022 no Rio de Janeiro.

Ao longo da semana, Lula também recebeu o presidente do PSD, Gilberto Kassab, e os senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Jader Barbalho (MDB-PA).

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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