Última atualização 16/01/2023 | 17:56
O ex-presidente Jair Bolsonaro reapareceu publicamente após pouco mais de duas semanas recluso na mansão do ex-lutador de MMA, José Aldo, nos Estados Unidos. Ele comentou a apoiadores que pode ter cometidos “furos” durante a gestão e ainda lamentou os atos antidemocráticos cometidos em Brasília em 08 de janeiro.
“Nunca sai fora das quatro linhas, embora alguns me critiquem por causa disso. Mas nunca saí das quatro linhas. Quatro anos de ‘todo dia é segunda-feira’. Tem alguns ‘furos’? Tem, é lógico. A gente comete alguns deslizes em casa, quem dirá no governo, não é? Se bem que em casa, a gente sempre sabe quem é o responsável: o marido. Eu lamento o que aconteceu dia 08”, declarou.
As quatro linhas a que ele se refere são o cumprimento do que seria a essência da Constituição Federal. Na verdade, seria o atendimento aos princípios da da Liberdade, da Impessoalidade, da Publicidade e da Motivação dos atos administrativos. O longo do governo, ele sempre se defendeu das acusações apelando a essa “previsão” legal.
Bolsonaro surgiu sorridente e não comentou quando uma apoiadora sugeriu que ele não voltasse ao Brasil. Ele também não citou os desdobramentos políticos e jurídicos relacionados à invasão de seus eleitores às sedes dos Três Poderes, como a prisão do ex-ministro da Justiça no governo dele, Anderson Torres. No fim de semana, ele foi incluído no inquérito que apura a autoria do movimento golpista.
Ele aproveitou a oportunidade para fazer um balanço da gestão. “”Se corrupção, cuma guerra e pandemia a economia subindo, desemprego lá embaixo, o litro da gasolina abaixo dos US$ 5, água para o Nordeste {…} o decreto das armas que também critica, passamos de 60 mil mortes em 2018 para 40 mil no ano passado”, destacou em meio a elogios e palmas dos brasileiros que o ouviam.
A última vez que Bolsonaro se manifestou publicamente foi em 30 de dezembro, um dia antes de embarcar para os Estados Unidos. À época, ele condenou as ameaças de bomba em diversos pontos do Distrito Federal e disse aos apoiadores que “o mundo não acaba em 1º de janeiro”, numa referência à posse e início do mandado do presidente eleito Lula.
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