Bolsonaro reclama de salário de R$ 33 mil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reclamou que o salário de chefe do Executivo não “compensa”, tendo em vista as responsabilidades do cargo. Durante um culto evangélico nesta quinta-feira, 23, nos Estados Unidos, ele citou o valor que costumava receber à frente do Executivo federal, converteu em dólares a remuneração e questionou: “Compensa?”.

“Alguém sabe quanto foi o meu salário bruto em dezembro do ano passado? 33 mil reais. Dá aí seis mil dólares. Compensa? Você não vai para lá para ser compensado financeiramente”, afirmou, na igreja New Hope Church, na Flórida.

O ex-presidente se queixou da quantidade de “problemas” que enfrentou em seu mandato e do fato de ter de trabalhar muito. Ele reclamou que não tinha tempo para ver a sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), e que muitas vezes ela já estava dormindo quando ele retornava ao Palácio da Alvorada. “No começo, eu falava: ‘Meu Deus, qual foi o meu pecado para estar sentado nessa cadeira? Só problemas”, disse, em tom bem humorado.

À frente do Palácio do Planalto, Bolsonaro recebia o salário de presidente e a aposentadoria do Exército; ao deixar o Executivo, passou a receber ainda a aposentadoria como deputado. Agora, longe dos cargos públicos, ele vai receber um salário do PL, de R$ 39 mil.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp