Bolsonaro mostra tornozeleira após encontro com deputados aliados na Câmara em 21 de julho. — Foto: Adriano Machado/Reuters
Bolsonaro resiste a alternativas de fora da família por temer perda de influência
Para uma liderança da direita ouvida pelo blog, o ex-presidente prefere uma derrota desse campo político a uma vitória com alguém de fora da família.
Integrantes da direita ouvidos pelo blog nesta semana avaliam que a resistência de Bolsonaro em apoiar alguém de fora de seu núcleo familiar decorre do medo de perda da influência.
Para uma dessas fontes, o ex-presidente – que está inelegível e obrigado a usar uma tornozeleira eletrônica por suspeita de coação à Justiça – prefere uma derrota da direita em 2026 a uma vitória de alguém que não tenha o sobrenome Bolsonaro.
A última pesquisa Quaest sobre a disputa presidencial mostra que os três nomes da família testados – Jair, a ex-primeira dama Michelle e o deputado federal Eduardo (DE-SP) – seriam derrotados por Lula (PT) num eventual segundo turno. O único a empatar com o atual presidente nessa pesquisa foi o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Bolsonaro não só resiste em declarar apoio a Tarcísio como candidato à presidência, mas chegou a desautorizar as tentativas feitas pelo governador de negociar saídas para o tarifaço sobre exportações brasileiras anunciado por Donald Trump.
A Quaest mostrou que o tarifaço de Trump não foi capaz de mudar o potencial de Eduardo como substituto do pai na disputa pela presidência. O deputado federal viu o desempenho entre bolsonaristas oscilar para cima, mas segue atrás de Lula.
Segundo aliados, após a pesquisa, integrantes do núcleo Bolsonaro passaram a reforçar o nome do senador Flávio Bolsonaro (DE-RJ) como alternativa.