Bolsonaro veta projeto que facilita acesso a remédios contra câncer

Bolsonaro veta projeto que facilita acesso a remédios contra câncer

O presidente Jair Bolsonaro vetou um projeto que facilitaria o acesso a remédios orais contra o câncer através dos planos de saúde. A informação foi dada pela Secretaria-Geral da Presidência nesta segunda-feira (26).

A proposta foi aprovada pelo Congresso Nacional no início deste mês e pretendia reduzir as exigências para que os planos de saúde fossem obrigados a custear tratamentos orais contra o câncer.

Os vetos feitos pelo presidente a projetos ou a trechos de projetos devem ser aprovados pelo Poder Legislativo que precisam ser analisados pelos parlamentares, que podem mantê-los ou derrubá-los.

A proposta, feita pelo senador Reguffe (Podemos-DF), foi aprovada em 2020 de forma unânime pelos 74 senadores presentes à sessão.

De acordo com o governo, o texto do projeto poderia comprometer o mercado dos planos de saúde por não observar aspectos como ”previsibilidade”, ”tranparência” e ”segurança jurídica”. Também é dito que o texto poderia “criar discrepâncias no tratamento das tecnologias e, consequentemente, no acesso dos beneficiários ao tratamento de que necessitam, privilegiando os pacientes acometidos por doenças oncológicas”.

Repasse de custos

Segundo o governo, outro efeito do projeto seria ”o inevitável repasse desses custos adicionais aos consumidores, de modo a encarecer, ainda mais, os planos de saúde, além de trazer riscos à manutenção da cobertura privada aos atuais beneficiários, particularmente os mais pobres”.

Na regra atualmente em vigor é previsto que, para o tratamento domiciliar, o medicamento só deve ser pago pelo plano de saúde caso for aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A ANS demora mais um ano para rever a lista de remédios que serão custeados pelos planos de saúde. Os defensores do projeto afirmam que o tempo de espera é muito longo.

Caso o texto fosse sancionado pelo presidente, a exigência da inclusão do medicamento nos protocolos seria retirada e o plano de saúde teria que fornecer o tratamento a partir do registro da Anvisa.

Decisão absurda

Para o autor do projeto, o senador Reguffle, a decisão de Bolsonaro em vetar o texto é ”absurda” e disse que o “Congresso precisa derrubar o veto para o bem de milhões de pacientes com câncer que precisam de quimioterapia oral”.

Ele também informou que “nós vamos trabalhar para derrubar o veto, junto com as associações de pacientes e oncologistas que também estão mobilizados”.

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PF investiga general ligado ao governo Bolsonaro por imprimir plano para matar Moraes, Lula e Alckmin no Planalto

A Polícia Federal (PF) revelou que o general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência e ex-ministro interino do governo Bolsonaro, teria impresso no Palácio do Planalto um “plano operacional” para assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin. Denominado “Punhal Verde e Amarelo”, o plano de três páginas foi encontrado no gabinete da Secretaria-Geral. Fernandes foi preso na manhã desta terça-feira (19).

De acordo com a PF, o documento, salvo sob o título “Plj.docx” (referência à palavra “planejamento”), detalhava a execução do plano. Além disso, outros arquivos sensíveis, como “Fox_2017”, “Ranger_2014” e “BMW_2019”, foram localizados na pasta “ZZZZ_Em Andamento”, que a polícia interpretou como um indício de que as ações estavam em fase ativa. Curiosamente, os nomes dos arquivos remetiam a veículos pessoais do general, segundo o relatório policial.

A defesa de Mário Fernandes ainda não se pronunciou sobre o caso.

Operação e alvos

A operação desta terça-feira prendeu quatro militares e um policial federal, todos investigados por ligação com um suposto grupo denominado “Kids Pretos”, formado por integrantes das Forças Especiais. O grupo é acusado de planejar o assassinato de lideranças políticas após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

Ao todo, a operação cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e determinou 15 medidas cautelares, incluindo a entrega de passaportes e a suspensão de funções públicas dos envolvidos. Entre os alvos estão Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, além do policial federal Wladimir Matos Soares.

A investigação faz parte de um inquérito mais amplo que apura possíveis tentativas de golpe de Estado relacionadas à eleição de 2022.

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