Bolsonaro veta retorno do despacho gratuito de bagagens em voos

O presidente Jair Bolsonaro vetou a volta do despacho gratuito de bagagens com até 23 Kg em voos nacionais e 30 Kg em voos internacionais. A mudança havia sido aprovada pelo Congresso Nacional, quando senadores e deputados aprovaram a Medida Provisória do Voo Simples, que muda regras do setor aéreo, e acrescentaram, em formato de medida provisória, a questão da cobrança do despacho de bagagem.

A decisão de Bolsonaro foi publicada na edição de hoje, 15, do Diário Oficial da União. Nesta terça-feira, 14, a Secretaria-Geral da Presidência já havia divulgado a informação. Se fosse sancionada, a nova regra alteraria o Código de Defesa do Consumidor, colocando a cobrança pelo despacho de bagagens de até 23 kg (voos nacionais) ou 30 Kg (internacionais) na lista de práticas abusivas.

Desde 2016, uma resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), estabele que o passageiro tem direito a levar na cabine uma bagagem de até 10 Kg. Por outro lado, as companhias aéreas estavam autorizadas a cobrar pelas bagagens despachadas. Na época, a agência justificou a derrubada da gratuidade argumentando que isso aumentaria a concorrência, o que poderia levar a uma queda nos preços das passagens.

Justificativa do governo

A Secretaria-Geral da Presidência informou que a volta da gratuidade no despacho de passagens foi vetada porque “aumentaria os custos dos serviços aéreos e o risco regulatório, o que reduziria a atratividade do mercado brasileiro a potenciais novos competidores e contribuiria para a elevação dos preços das passagens aéreas”.

Além disso, a pasta disse a que a mudança “penalizaria a aviação regional”, que são as empresas responsáveis por aviões de pequeno porte e que, segundo a nota oficial, não comportam o transporte de bagagens de até 23 kg para todos os passageiros”.

Na época em que o texto estava nas mãos dos senadores e deputados para ser votado, representantes de companhias aéreas argumentaram que a mudança traria aumento no preço das passagens.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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