Bolsonaro volta a defender voto impresso nas eleições

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) retomou nesta sexta-feira (25) o discurso para sua base eleitoral mais radicalizada: voltou a acenar com a adoção do voto impresso no Brasil, mesmo que a proposta já tenha sido derrotada no Congresso no ano passado; fez críticas indiretas ao Supremo Tribunal Federal (STF); e defendeu o armamento da população. “O voto tem que ser contado”, repetiu hoje o chefe do Executivo em cerimônia no Palácio do Planalto.
“Não podemos disputar uma eleição com a mínima suspeição de que algo esteja errado. Eu acredito que as eleições sejam limpas e confiáveis. Só podemos disputar eleições desta maneira, não podemos aceitar. Queremos eleições limpas, e tenho certeza que temos com o que colaborar com o TSE, com o nosso querido Alexandre de Moraes, o querido (Luís Roberto) Barroso e o querido (Edson) Fachin, para que isso aconteça. Tenho certeza que do fundo do coração deles, eles querem isso”, seguiu o presidente, que vê os três ministros do STF como adversários políticos.

Especialistas defendem, no entanto, que as urnas eletrônicas são seguras e confiáveis. Neste ano, as Forças Armadas, dirigidas pelo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, provável vice de Bolsonaro nas eleições, acompanham o TSE nos procedimentos pré-eleição. O trabalho das Forças Armadas no processo eleitoral já fez com que Bolsonaro dissesse que, em 2022, as eleições seriam limpas.

Pesquisa

A mudança de tom vista nesta sexta-feira, um afago ideológico ao eleitorado mais radicalizado do presidente, vem no mesmo dia em que pesquisa Ipespe mostrou que a avaliação do governo continua negativa para mais da metade da população. Para 54%, a gestão é péssima, para 26% é ótima. Outros 19% veem o governo como regular.

“Não é disputa de campeonato de futebol. ‘Foi gol de mão, mas gol de mão é mais gostoso’. Vale a seriedade, a transparência e vamos perder ou ganhar dentro das quatro linhas”, prometeu Bolsonaro.

Em uma crítica indireta ao STF, o chefe do Executivo também voltou a afirmar no discurso que o Brasil conheceu a ditadura “de outras formas”, como “censura em redes sociais”. “Quem são os censores? Escolhidos por que critério? Estão a serviço de quem? Querem prejudicar a quem?”, perguntou o chefe do Executivo na cerimônia.

Para além de trazer à tona novamente o tema das urnas eletrônicas, Bolsonaro enalteceu seu lado armamentista, outro aceno a apoiadores em ano eleitoral. “Lamentavelmente, parte do Senado ressuscita a comissão para desarmar a população”, declarou.

O presidente ainda disse que o evento do PL deste domingo será o lançamento da sua pré-candidatura. “Tomar cuidado com a propaganda política como se tivesse cancelado o evento do próximo domingo, está mantido o evento da pré-candidatura aqui em Brasília”, declarou.

No entanto, como mostrou o Estadão/Broadcast, o PL reformou o evento, que agora é um ato de filiação em massa, para evitar problemas com a lei eleitoral.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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