Press "Enter" to skip to content

Bombeiros explicam o que fazer quando alguém se afoga: “não entre na água”

Última atualização 16/03/2022 | 08:18

O Corpo de Bombeiros de Goiás já registrou 23 casos de afogamento em 2022. A maioria em Goiânia, onde houve três. De todos os episódios notificados no estado, 12 aconteceram em lagos, cinco em piscinas, dois em rios e um em cachoeira. Ao ver alguém que se afoga, o primeiro instinto pode ser pular na água para ajudar. Isto é um erro que pode levar à morte das duas pessoas, de acordo com os bombeiros.

Segundo o especialista em mergulho de resgate e salvamento aquático do Corpo de Bombeiros de Goiás, tenente Wening, o afogamento tem três fases. Na angústia, a pessoa percebe que não consegue sair de onde está e começa a ingerir um pouco de água. No pânico, acelera a respiração e já não oxigena muito bem, perdendo raciocínio. A terceira fase é a submersão em si. Tudo costuma ser rápido e silencioso. O socorro, quando vem da forma errada, pode piorar a situação.

“Muitas vezes, a pessoa entra na água para ajudar e acaba afogando junto. Existem casos em que as duas pessoas morrem e casos em que a que estava se afogando consegue sair, mas quem foi ajudar acaba morrendo”, explica o tenente do Corpo de Bombeiros.

Como ajudar quem se afoga

O primeiro passo é procurar um objeto que flutue e tentar alcançar a vítima que se afoga com ele. “Não entre na água, se não será a segunda vítima. Vá procurar um equipamento, pode ser uma garrafa pet amarrada em uma corda, um pneu de estepe cheio ou uma bola”, explica o tenente.

O ideal é tentar alcançar a pessoa com esses objetos ou jogá-los até ela. Quem está se afogando poderá se agarrar ao pneu, por exemplo, para submergir. “Até nós, bombeiros, profissionais capacitados, usamos equipamentos para a pessoa se apoiar e esperamos ela se acalmar antes de retirá-la da água, para fazer isso com segurança”, relata.

Como evitar o afogamento

Conhecer a profundidade do local onde vai nadar é essencial, segundo o tenente dos Bombeiros. “Temos a máxima: água acima do umbigo, sinal de perigo”, alerta. Pulos e saltos, tanto em piscinas quanto em águas naturais, são riscos que podem provocar lesão e afogamento. Bebida alcoólica aumenta as chances de se afogar, já que a pessoa fica propensa a se arriscar mais.

Também é importante observar o comportamento das águas. “Se estiver em rio, tem que tomar cuidado com a correnteza e nunca nadar contra ela. Tenho que usar a correnteza a meu favor. É preciso estar em um lugar que dê pé, principalmente em época de chuva, por conta do risco de cabeça d’água. Percebeu que a água começou a ficar suja, que há muitos galhos, já sai do local e busca um ponto mais elevado porque pode estar chovendo na cabeceira”, explica o bombeiro militar.

Em canoas, lanchas ou jet-ski, o colete salva-vidas pode evitar a morte por afogamento, caso haja um acidente. Ele precisa estar colocado da forma certa e ser homologado pela Marinha. É preciso observar ainda o peso máximo que o equipamento de segurança comporta.

Já crianças, precisam de monitoramento constante. As boias protegem, mas não evitam afogamento, segundo o tenente. “A criança deve estar a um braço de distância do adulto”, conclui.