Bombeiro se envolve em nova polêmica ao se recusar pagar garotas de programa, em Goiânia

Depois de se envolver em uma polêmica ao ser filmado agredindo e até disparando tiros durante uma briga, em Niquelândia, o tenente-coronel dos bombeiros, André Luiz de Jesus Aquino, se envolveu em uma nova confusão, em Goiânia. Ele é suspeito de agredir uma garota de programa para não pagar R$ 400 que teria sido combinado para sair com duas acompanhantes de uma boate na capital.

Bombeiro se recusa a pagar garotas de programa

A agressão teria acontecido na madrugada desta segunda-feira, 29. Em depoimento à Polícia Civil (PC), a garota de programa contou que o oficial esteve no estabelecimento e chamou ela e uma amiga para saírem juntos, sendo que o valor combinado foi de R$ 400. 

Depois de sair da boate, o oficial levou as acompanhantes para o apartamento dele, em Aparecida de Goiânia. Entretanto, quando entraram no imóvel ele teria dito que não combinou nenhum pagamento.

Revoltadas, as acompanhantes discutiram com ele, sendo que uma acabou puxada pelo braço. Para se defender, a mulher tentou jogar um objeto da casa em direção ao oficial, mas acabou acertando um espelho, que se quebrou.

Diante disso, André teria ficado ainda mais irritado e começou a bater na garota de programa com socos e chutes.  Minutos depois, um primo do oficial apareceu no apartamento e mandou a vítima ir embora.

Depois do crime, o bombeiros fugiu de carro, escondendo a placa do veículo. A Polícia Militar foi chamada por pessoas que estavam no local. O militar que atendeu a ocorrência destacou que a moça estava bastante machucada.

Confusão em Niquelândia

Antes da polêmica com as garotas de programa, André Luiz Aquino se envolveu em uma briga em março deste ano, quando era comandante dos bombeiros de Niquelândia. Ele foi filmado dando chutes e tiros no meio da rua. Na época, ele foi afastado do cargo e depois voltou. Em junho deste ano, depois da polêmica, André foi promovido de major para tenente-coronel e recebeu uma medalha de honra Dom Pedro II.

Para apurar a situação, a corporação abriu um procedimento disciplinar para averiguar envolvimento dele na briga e concluiu que não houve indisciplina. O militar continua atuando profissionalmente, e hoje desempenha o cargo de subcomandante da gestão estratégica dos bombeiros, em Goiânia.

Em 2016, o oficial foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás por emitir três atestados falsos em Niquelândia. De acordo com o site do Tribunal de Justiça, o processo foi suspenso após recurso da defesa. Em dezembro de 2021, ele se envolveu em outra briga durante a inauguração de um bar na mesma cidade.

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Restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos faz descoberta de cemitério de africanos escravizados

A restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, culminou em uma importante descoberta arqueológica: um cemitério com mais de 200 anos. Durante as escavações para a implantação de um sistema de drenagem, os arqueólogos encontraram ossadas que, segundo especialistas, são possivelmente de africanos escravizados e negros libertos.

A obra, iniciada em abril deste ano, é realizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com um investimento de R$ 3,5 milhões. A conclusão está prevista para 2025. A descoberta das ossadas aconteceu em novembro, quando 35 ossadas foram exumadas sob o calçamento externo, e centenas de outros túmulos foram identificados.

Importância Histórica e Cultural

“É uma descoberta importantíssima para a história de Jaraguá e do estado de Goiás, pois nos permite resgatar a memória histórica de um período significativo para a formação cultural”, ressalta a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes. Este achado reforça a importância da preservação do patrimônio material e imaterial, conectando-nos com as raízes de nossa história.

Além das ossadas, os trabalhos também revelaram, com a remoção do piso de madeira, 56 campas funerárias numeradas dentro da igreja. Segundo os arqueólogos, há cerca de 150 sepultamentos nas laterais, no fundo e no pátio frontal da igreja. “Tem um sepultamento atravessado embaixo da escada da igreja, então quer dizer que aquela escada não é tão antiga, não é a original da construção. Em alguns locais a gente encontrou sobreposição de esqueleto, ou seja, existia o uso contínuo dessas covas”, conta o arqueólogo Wagner Magalhães.

A equipe agora enfrenta o desafio de extrair o máximo de informações possíveis sobre os esqueletos, que estão em péssimas condições de preservação devido ao solo úmido do local. As ossadas retiradas serão estudadas em laboratório para obter informações sobre sexo e faixa etária. Posteriormente, será feito um levantamento histórico com base nos registros de batismo e morte.

“Foi um trabalho surpreendente não só porque é inédito, mas é uma coisa que está mexendo com a memória. Quem eram essas pessoas? Apesar de não ter a história completa, a gente tem uma ideia do que aconteceu ali”, ressalta a arqueóloga Elaine Alencastro.

Educação patrimonial

Após o trabalho de curadoria da equipe arqueológica, a Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Goiás, vai oferecer uma ação de educação patrimonial na igreja. “Todas as nossas obras já possuem tapumes educativos que contam a história do edifício, mas, com essa descoberta, vamos montar uma estrutura na igreja para que todos possam conhecer mais sobre essa história que ficou escondida durante tantos anos”, adianta a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secult, Bruna Arruda.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi construída em 1776 pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Nessa época, era comum a construção de igrejas específicas para a população negra. “Essa igreja foi dedicada aos pretos e foi construída por eles, e a população africana teve um papel importantíssimo até para a formação da cidade de Jaraguá. Então o que a gente tem aqui é um pouquinho da nossa história e traz também um pouco da história do início das minas de ouro, desses povos que trabalharam lá”, explica Wagner Magalhães.

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