Bombeiros encerram buscas por desaparecidos no Morro da Oficina, em Petrópolis

O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro encerrou, neste domingo (27), as buscas por vítimas no Morro da Oficina, em Petrópolis, região serrana atingida por fortes chuvas e deslizamentos. No local, foram encontrados 93 mortos.

Cerca de 230 militares atuam na operação, que registrou mais de 100 pontos de buscas. Participam 500 bombeiros locais, 140 de outros estados e 50 cães farejadores. Os trabalhos começaram no dia 15 de fevereiro, após a cidade ser atingida por grandes volumes de chuva.

De acordo com os bombeiros, as buscas seguem agora na Chácara Flora, onde duas pessoas estão desaparecidas. Os militares também irão atuar nos rios da cidade com ajuda de cães farejadores. Até o momento, foi registrado o desaparecimento de três vítimas no local.

”Fomos direcionados para atuar nas margens do rio para identificação de possíveis vítimas” disse Capitão Mendonça, bombeiro goiano que ajuda nas buscas. ”Vamos deslocando com os cães pela água onde for possível. Se não houver condições de permanecer dentro da água caminhando, passamos os cães nas margens” conclui.

Bombeiros de Anápolis ajudam na procura por desaparecidos em Petrópolis com a ajuda de cães farejadores. (Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)

De acordo com a equipe Técnica e Científica da Polícia Civil, até o momento foram registradas 229 mortes, sendo 136 mulheres, 93 homens e 43 menores. Segundo o Corpos de Bombeiros, 24 pessoas foram resgatadas com vida.

Os peritos atuam ainda na análise de DNA de despojos recuperados pelas áreas afetadas. Existe ainda o registro de 20 pessoas desaparecidas.

Volta à rotina

Aos poucos, os moradores de Petrópolis voltam à rotina normal. Doze dias após as chuvas que pegaram todos de surpresa, os habitantes tentam se adaptar a nova realidade e o comércio com as perdas já que medidas de proteção do estoque não foram tomadas, causando um prejuízo.

Sem turistas e com poucos moradores pela rua, o trânsito na cidade segue de forma tranquila. Apesar da normalidade em alguns pontos da cidade, ainda existem ruas parcialmente interditadas. Pelo menos 16 vias, que estavam bloqueadas por conta dos deslizamentos, já estão liberadas e funcionários da prefeitura trabalham para indicar caminhos alternativos.

O trabalho também segue na limpeza da cidade, retirando toda a lama que se espalhou. De acordo com a Prefeitura, 41 mil toneladas de entulho já foram descartadas. Aos poucos o abastecimento de energia elétrica é normalizado. Até o momento 30 mil usuários já estão com energia em suas casas e o fornecimento de água foi normalizado para 96,3% dos usuários.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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