Bonecas Reborn viram ‘febre’ em 2025: criadora fatura R$ 300 mil por mês

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Bombou no DE: ‘febre’ em 2025, bonecas reborn foram vendidas por até R$ 10 mil a unidade e criadora disse faturar R$ 300 mil

Ao longo de dezembro, o DE revisita histórias reais, curiosas e impactantes que marcaram 2025. Técnica de enfermagem largou curso superior para se dedicar à arte hiper-realista.

VÍDEO: criadora de bonecas reborn diz faturar até R$ 300 mil ao mês com vendas em Campinas

Em 2025, as bonecas hiper-realistas – conhecidas como bebês reborn – viralizaram no país a ponto de ganhar espaço até no roteiro do remake da novela Vale Tudo. Em Campinas (SP), Alana Nascimento, de 46 anos, contou ao DE, em maio, que ganha a vida confeccionando exemplares há 22 anos e que chegou a vender uma unidade por até R$ 10 mil.

Ao longo de dezembro, o DE revisita as histórias mais curiosas publicadas em 2025. Veja o vídeo acima e leia o texto abaixo.

Um vídeo de Alana no TikTok, cujo perfil acumula 2,6 milhões de curtidas, alcançou 5,3 milhões de visualizações.

Para se dedicar exclusivamente ao ofício, ela abandonou a faculdade de enfermagem no último semestre e, atualmente, afirma que chega a faturar R$ 300 mil com as vendas em meses de maior procura — como em maio (Dia das Mães) e dezembro (Natal).

Os preços das bonecas de Alana — que fazem xixi, podem mamar e até tomar banho — vão de R$ 750 a R$ 10 mil, segundo ela. Uma das criações foi apresentada por ela no vídeo que chegou a 5,3 milhões de visualizações.

“É uma das bebês mais reais que eu tenho aqui na maternidade”, diz a criadora, durante o vídeo.

DO HOBBY À PROFISSIONALIZAÇÃO

Alana fez um curso técnico de enfermagem e chegou a trabalhar como babá. Ela conta que começou a customizar bonecas comuns com maquiagem e cabelo sintético como um hobby, sem qualquer curso ou técnica profissional.

Com o tempo, passou a investir em materiais e cursos de pintura. “Tudo o que eu ganhava [trabalhando como babá], eu reinvestia nas bonecas”, conta.

Após viralizar nas redes sociais, Alana relata ter recebido várias críticas e ter sido chamada até de “louca” e que tentava substituir Deus.

A primeira exposição de Alana foi em um shopping da região de Campinas, com apenas 12 bonecas feitas por ela. Todo o valor arrecadado foi investido nas primeiras encomendas de bonecas que ela recebeu após a exposição.

Em 2009, a artista abriu sua loja física, mas foi durante a pandemia que o estabelecimento ganhou um diferencial. A ideia da Alana foi colocar as bonecas expostas ao público em incubadoras reais, descartadas por hospitais e restauradas.

As funcionárias da loja são chamadas de enfermeiras porque, além de atender o público, são responsáveis por realizar os “partos” simbólicos das bonecas.

A boneca reborn é apresentada em uma encenação que simula o nascimento. Ela sai de uma estrutura que representa a bolsa amniótica, com direito a cordão umbilical.

COMO É A PRODUÇÃO DAS BONECAS?

Alana trabalha com variedade nos materiais de produção, desde vinil até silicone, conhecido por deixar as peças no bebê mais realistas. Cada parte do corpo pode levar 10 a 20 camadas de tinta e são levadas ao forno a cada aplicação.

Outra etapa é a implantação do cabelo, que é colocado fio a fio com ferramentas específicas. “É um cabelo bem fininho, que você vai introduzindo a agulha fio por fio”, diz Alana.

Segundo ela, uma boneca pode levar até três semanas para ser finalizada, e o custo também varia de acordo com os modelos. A boneca mais cara da loja pode chegar a ter o custo de produção de R$ 6 mil. A artista produz de 10 a 20 bonecas por mês, com auxílio de uma equipe.

DE COLECIONADORES A MULHER EM TRATAMENTO CONTRA CÂNCER

Entre os clientes de Alana estão colecionadores e crianças. A mulher conta que foi “terapêutico” para clientes que acharam um conforto nas bonecas. Alana conta a experiência de uma cliente que cuidou de um bebê reborn por dois anos, até conseguir engravidar.

Segundo a artista, o efeito terapêutico vai além do colecionismo. Ela já produziu bonecas com feridas simuladas para uma ONG que atende crianças com doenças raras da pele, com o objetivo de ensinar mães a fazer curativos em casa.

CRÍTICAS NAS REDES SOCIAIS

Vídeos e conteúdos com bebês reborn estão cada vez mais em alta na internet. Dos reviews aos mais inusitados, uma influenciadora de Itapira conseguiu 1 milhão views no TikTok fazendo um parto de uma boneca, como as feitas por Alana.

Com os vídeos nas redes sociais, cresceram também os comentários negativos, segundo Alana. Ela relata que há quem critique o apego exagerado aos bonecos. A produtora diz que respeita as opiniões e reforça que o trabalho é artístico e, muitas vezes, terapêutico.

Além da rotina no ateliê e na loja, Alana é mãe de trigêmeos, e conta com ajuda de familiares e babá para conciliar o trabalho com a maternidade. Durante a pandemia, a loja chegou a fechar, mas foi reaberta com o conceito de “maternidade de bonecas”, incluindo berços aquecidos e simulação de partos. A ideia chamou atenção e impulsionou novamente as vendas.

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