Bope do RJ realiza megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha: preparação, desafios e resultados

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O Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Rio de Janeiro realizou uma intensa preparação durante mais de dois meses, antes da megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da cidade. Essas ações, conhecidas como “operações-ensaio”, tiveram como objetivo avaliar a periculosidade, a resistência e o comportamento dos criminosos associados ao Comando Vermelho em áreas de conflito. A preparação envolveu incursões em diversas comunidades do subúrbio carioca, incluindo a Cidade de Deus, o Complexo do Lins e outras.

Em depoimento à Promotoria, o tenente-coronel Marcelo Corbage, comandante do Bope, revelou que as “operações-ensaio” serviram como treinamento para o cenário da megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha. Durante esse período, foram realizadas ações em diferentes áreas, como Cidade de Deus, Gardênia Azul, Complexo do Lins, Dois Irmãos, além de outras favelas próximas à Vila Cruzeiro. A intensidade dessas operações culminou em confrontos que resultaram em graves ferimentos em policiais e criminosos.

Durante a megaoperação, que deixou 121 pessoas mortas, incluindo quatro policiais, o Bope enfrentou uma resistência fora do comum por parte dos criminosos. Segundo relatos do comandante Corbage, os traficantes adotaram uma estratégia até então desconhecida, se retirando das áreas urbanizadas e se posicionando na região da Vacaria. Essa ação foi identificada por meio de imagens de drones, demonstrando um novo nível de organização e habilidades militares por parte dos criminosos.

Durante a incursão, o Bope utilizou gás lacrimogêneo na tentativa de forçar os criminosos a se renderem e abandonarem suas trincheiras. Essa estratégia permitiu que a unidade policial avançasse rapidamente pela localidade e alcançasse o topo da Serra da Misericórdia. A ação resultou na prisão de 17 criminosos e na neutralização de ameaças em pontos estratégicos da região. A violência e agressividade dos criminosos durante a operação exigiram uma resposta à altura por parte do Bope.

O comandante Corbage ressaltou que a complexidade e a intensidade da resistência encontrada durante a megaoperação representaram um desafio inédito para a unidade policial. A presença de paramédicos nas equipes do Bope foi fundamental para o atendimento rápido e eficaz aos agentes feridos. A estratégia de fracionar os grupos criminosos e distribuir as forças de infantaria de maneira ampla foram essenciais para o sucesso da incursão.

Ao longo de todo o processo, o Bope contou com o suporte de tecnologias como drones e equipamentos de comunicação avançados, que auxiliaram no monitoramento e na identificação de alvos. A atuação estratégica e coordenada das equipes permitiu que a unidade policial avançasse de forma eficiente e segura, mesmo diante de desafios extremos. A megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha representou um marco na história do Bope e demonstrou a capacidade da unidade em enfrentar cenários de extrema complexidade com coragem e determinação.

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