Em audiência, Botafogo contesta ordem da Fifa para pagar valor integral devido por compra de Almada
Inicialmente, a entidade exigiu o pagamento integral de R$ 133 milhões, porém o clube brasileiro contestou a decisão e entrou com recurso. O Botafogo justifica o atraso e briga em diferentes esferas contra a MLS, buscando uma solução para o impasse.
Sergio Santana analisa: “O modelo do Botafogo é nocivo à continuidade”. A situação envolvendo a compra de Thiago Almada pelo clube tem gerado discussões e acirrado a disputa entre as partes envolvidas, com a decisão da Fifa impactando diretamente nas finanças do time brasileiro.
O Botafogo recorreu, na última quarta-feira, da decisão da Fifa que exige do clube brasileiro o pagamento do montante integral da aquisição de Thiago Almada. O valor em questão é de 21 milhões de dólares, equivalente a R$ 113 milhões na cotação atual, ao Atlanta United, da MLS, empresa que também entrou com um processo na Fifa em novembro de 2024.
Em fevereiro deste ano, os brasileiros já haviam contestado o pagamento da totalidade e pedido que apenas seis milhões de dólares fossem considerados, valor correspondente às duas primeiras parcelas do acordo. A audiência sobre o tema, com a defesa do recurso, na Corte Arbitral do Esporte (CAS), ocorreu de forma online, porém ainda não há um prazo definido para a decisão final.
Na visão do Botafogo, quando a negociação ocorreu, ficou definido que o clube pagaria 21 milhões de dólares em quatro anos, divididos em parcelas. Porém, de acordo com o documento apresentado pelo Atlanta à Fifa, os valores teriam que ser liquidados até o dia 30 de junho de 2026, o que gerou um impasse entre as partes.
Depois de a forma de pagamento ser definida, uma imposição fez com que o negócio quase melasse já na reta final. O clube americano exigiu que o jogador abrisse mão dos 10% a que tinha direito, o que gerou discordância por parte dos advogados do atleta. Para dar continuidade à negociação, foi definido que a Eagle compraria esse “crédito” de Almada e buscaria receber o valor da MLS posteriormente.
A cobrança está sendo feita em duas vias distintas: o Botafogo cobra os 10% na justiça americana, enquanto o Atlanta pede o pagamento na Fifa. Um dos argumentos do jurídico do clube à decisão da Fifa é que há um débito do Atlanta/MLS com o Alvinegro, que está sendo cobrado em outra esfera, gerando uma complexidade maior na resolução da questão.