Braço robótico da USP: aliado preciso em terapias cerebrais

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Braço robótico da USP vira aliado em terapias contra doenças cerebrais

Uma plataforma robótica desenvolvida por pesquisadores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP) busca tornar mais precisos os tratamentos com estimulação intracraniana. Esse tipo de terapia é usado, por exemplo, contra doenças como depressão, esquizofrenia e Parkinson, entre outros distúrbios psiquiátricos.

Na iniciativa, criada em parceria com Centro da Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer, de Campinas (SP), ao invés de a bobina que emite os pulsos magnéticos em direção ao cérebro ser posicionada manualmente, como normalmente ocorre, um braço robótico, guiado por um software, assume essa função.

Ao DE, o professor Oswaldo Baffa Filho, orientador do estudo, explicou que a nova plataforma permite que a estimulação atinja mais precisamente a área do cérebro afetada por determinada doença. Isso porque, sem o braço robótico, a posição do equipamento era ajustada de forma manual.

“Você precisa colocar [o equipamento] em uma determinada posição e estimular aquela região. Normalmente, o operador do equipamento usa referências externas e faz a estimulação. O que a gente esta fazendo agora [com a nova plataforma] é uma estimulação de precisão. A gente faz uma imagem neuroanatômica, ressonância magnética dessa pessoa, a gente importa isso para o computador e depois, através de um software, faz um registro da imagem como da posição da bobina. A gente consegue localizar exatamente a região onde está estimulando”, diz.

Além de atingir uma certa região cerebral de maneira mais assertiva, a plataforma ainda faz com que isso ocorra durante todo o tempo necessário, já que ela corrige automaticamente o posicionamento de acordo com eventuais movimentos do paciente durante a sessão, que pode levar até 40 minutos.

O professor compara o procedimento com a atuação de um dentista, que precisa que o paciente fique parado para não cometer erros.

A técnica de enviar estímulos magnéticos ao cérebro é chamada de neuromodulação e já está consolidada no tratamento de uma série de doenças cerebrais. Segundo os especialistas, ela modifica a condutividade elétrica de neurônios, o que pode ajudar na recuperação de casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e depressão, por exemplo.

No entanto, até o momento, o braço robótico é usado apenas em pesquisas, visto que a aquisição por parte de clínicas ainda é considerada de alto custo. Diante disso, os pesquisadores estudam adaptações para baratear a plataforma, sem que haja perdas na eficiência, para popularizá-la. “Estamos trabalhando em uma solução tecnológica que poderia diluir esse custo. Se a gente conseguir mostrar que a gente estrega a mesma qualidade com um equipamento de menor custo, daí tem chances de popularizar mais”, concluiu o professor.

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