Última atualização 07/07/2023 | 15:40
O Bradesco revisou as estimativas para o Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador utilizado para medir a inflação do Brasil. O documento foi divulgado nesta sexta-feira, 07.
A nova projeção do banco mostra que o indicador deve terminar o ano de 2023 em 4,8%, quase no limite da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Em janeiro, a expectativa era que este ano fechasse com a inflação em 5,6%.
Segundo Fernando Honorato, economista-chefe do banco, a expectativa é que o IPCA suba para o esperado na nova projeção em dezembro. “O quadro para a inflação melhorou sensivelmente. Além do câmbio mais apreciado, as expectativas de inflação recuaram, respondendo à decisão do CMN pela manutenção da meta de inflação. Esperamos que o IPCA termine o ano em 4,8%. No próximo ano, a inflação seguirá cadente e terminará em 3,6%”, explica.
Para a inflação, a meta deste ano é de 3,25%, mas com o intervalo de tolerância (de 1,5 pontos percentuais para cima ou para baixo), o objetivo será atingido se ficar entre 1,75% e 4,75%.
O documento divulgado pelo Bradesco aponta que o principal risco do cenário idealizado é a materialização de um El Niño “mais severo”, que deve elevar a inflação de alimentos, principalmente os cereais. O fenômeno consiste em alterações significativas na distribuição da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico, alterando o clima.
As estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para o ano permanecem as mesmas, prevendo que a economia brasileira deve avançar 2,1%. “Nossos modelos, que estão sendo corroborados por nossa pesquisa proprietária, indicam que o PIB ficará próximo da estabilidade neste semestre, com ligeiras quedas”, disse o banco.
Já para 2024, a estimativa do PIB é que fique em 1,5%. “Em um ambiente com baixa chance de crise política ou econômica no curto prazo (fiscal, balanço de pagamentos), o PIB pode surpreender acima daquilo que os indicadores tradicionais de crescimento potencial sugerem para a economia. Por ora, equilibramos esses riscos mantendo a projeção em 1,5%”, afirmou.