Ataque leve e imprevisível brilha e confirma boa fase da Seleção com Ancelotti
Treinador banca retorno de Rodrygo, aposta em Estêvão e Vini centralizado e vê a Seleção passar por cima em atuação brilhante no ataque e na defesa
Coreia do Sul 0 x 5 Brasil | Gols | Amistoso Internacional 2025 [https://s03.video.glbimg.com/x240/14001794.jpg]
A Seleção Brasileira venceu a Coreia do Sul por 5 a 0 [https://ge.globo.com/futebol/selecao-brasileira/jogo/10-10-2025/coreia-do-sul-brasil.ghtml], em Seul, numa atuação que reforça a confiança no trabalho de Carlo Ancelotti. Os números falam por si: 14 finalizações contra 4 dos coreanos, 7 chutes no gol e 59% de posse de bola. Um time que dominou o jogo tanto com a bola quanto sem ela. O brilho da noite (ou melhor, da manhã) veio do quarteto ofensivo que Ancelotti apostou antes mesmo da bola rolar: Estêvão como titular, Rodrygo retomando protagonismo, Vini Jr. centralizado como referência no ataque e Matheus Cunha completando a engrenagem.
Carlo Ancelotti em Coreia do Sul x Brasil — Foto: Chung Sung-Jun/Getty
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Juntos, eles movimentaram, criaram, infiltraram e desmontaram a defesa adversária porque foram imprevisíveis na movimentação pensada pelo treinador italiano.
COMO O BRASIL JOGOU COM A BOLA
O Brasil foi a campo no tradicional 4-4-2 que Ancelotti usava no Real Madrid: Estêvão pela direita, Rodrigo pela esquerda e Vini e Matheus Cunha lá na frente. Esse esquema tático foi a base de um time que se organizava em campo para atacar. Douglas Santos ficava mais fixo, perto de Gabriel e Militão. Com isso, Vitinho apoiava mais pelo lado direito. Com o apoio de Vitinho, Estêvão tinha liberdade para buscar o centro e o espaço entre as linhas de defesa da Coréia. Rodrigo fazia o mesmo movimento saindo da esquerda, onde uma “bagunça do bem” acontecia: ora Vini, ora Matheus buscavam a bola por lá.
Estêvão e Rodrygo jogaram como autênticos meias a partir de ajuste de Ancelotti — Foto: Reprodução
Todos esses movimentos com a bola pareciam improviso, mas seguiam uma lógica clara. Não um desenho fixo, e sim algumas regras simples, como:
* Casemiro mantinha a base, sempre recuado entre os zagueiros.
* Guimarães só se lançava ao ataque quando Rodrygo ocupava a área.
* Douglas Santos só avançava se Matheus Cunha entrava na área para finalizar.
O belo passe de Guimarães para o gol de Estêvão representa essa mobilidade: o ponta do Chelsea entra na área porque Matheus Cunha se moveu e abriu espaços. Rodrygo aproveita esses espaços e Douglas apoia para ajudar Vini, que busca o lado esquerdo.
Gol que nasce de vários toques e tem quarteto “bagunçado” em campo — Foto: Reprodução
A imprevisibilidade acontecia nos momentos que o Brasil fazia longas trocas de passe buscando espaços ou se dava também nos momentos que o time buscava acelerar. O gol logo no começo ajudou a equipe: tirou a pressão e fez a Coréia ter a ingrata missão de ter que buscar o jogo.
Foi a chave para a velocidade e drible de Rodrygo entrarem em ação em dois gols, assim como a já reconhecida qualidade de Vini aparecer em campo. Os dois precisavam de partidas assim para fazerem a torcida lembrar que podem – e devem – ser protagonistas na Copa do Mundo que se aproxima.
Veja a construção da jogada do primeiro gol do Brasil contra a Coreia do Sul [https://s04.video.glbimg.com/x240/14001763.jpg]
MATHEUS CUNHA GANHA MAIS ESPAÇO PELA MOBILIDADE
Do pelotão de frente, apenas Matheus Cunha não fez gol. Mas foi importante, abriu espaços e teve a fundamental função de posicionar Rodrygo mais próximo do centro, como meia, ao revezar com Vini na amplitude que o time dava pelo lado esquerdo. Camisa nove que alia gols, presença aérea e muita mobilidade, ele vem ganhando cada vez mais espaço pela capacidade de aliar saída da área com técnica. Não é o pivôzão costumeiro, tampouco um nove que não decide na frente: poucas vezes um jogador combinou tão bem as duas características, o que fez o Manchester United investir pesado em sua contratação. Nova imagem do ataque mostra Matheus Cunha, que teve função importante no jogo — Foto: Reprodução
Leve, imprevisível e ofensivo, o Brasil precisa de adversários mais fortes para testar o quarteto ofensivo de Ancelotti. Como o time deve jogar quando o adversário não der os espaços que a Coréia deu? Como o time ficará ao levar o gol e buscar o resultado? E quando a defesa for mais forte que Rodrygo, como ficará o Brasil sem a transição rápida? Perguntas talvez para 2026. Por ora, vamos continuar depositando as confianças nele: Carlo Ancelotti.