O Brasil sofreu um grande revés no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) elaborado pela Transparência Internacional, alcançando sua pior colocação desde o início da série histórica em 2012. Em 2024, o país caiu para a 107ª posição entre 180 nações, empatado com países como Argélia, Maláui, Nepal, Níger, Tailândia e Turquia. Essa queda reflete uma nota de 34, a menor já registrada, indicando um crescente enraizamento das organizações criminosas no Estado.
A Transparência Internacional utiliza o IPC para medir a percepção de integridade das instituições em cada país, com notas variando de 0 a 100. Em 2012 e 2014, sob a presidência de Dilma Rousseff, o Brasil atingiu sua melhor posição, com uma nota de 43. Desde então, o país tem enfrentado um declínio contínuo, passando pela presidência de Michel Temer e Jair Bolsonaro, e agora sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
A pesquisa considerou oito fontes de informações para calcular a nota do Brasil, incluindo o Fórum Econômico Mundial e o World Justice Project. O diretor-executivo da Transparência Internacional no Brasil, Bruno Brandão, avalia que o avanço do crime organizado nas instituições estatais é uma das principais evidências do problema.
A Controladoria-Geral da União (CGU) criticou o relatório, apontando falhas na metodologia utilizada. No entanto, a tendência de captura do Estado pela corrupção é vista como um dos principais fatores para a baixa pontuação brasileira.