Análise: Brasil apresenta repertório na frente, solidez atrás e empolga em goleada contra a Coreia
Seleção marca dois gols em construção ofensiva, dois em marcação alta e um em contra-ataque na boa exibição em Seul. Na defesa, time não foi vazado em quatro dos cinco jogos com Ancelotti
Coreia do Sul 0 x 5 Brasil | Melhores momentos | Amistoso Internacional 2025
Irretocável. É justo tratar assim a goleada da Seleção sobre a Coreia do Sul por 5 a 0. E que seja feita desde já a ressalva sobre a fragilidade do adversário, mas, em uma análise sobre o que se viu em campo nesta sexta-feira em Seul, é preciso dar os méritos ao time de Ancelotti.
E o Brasil deu resposta até mesmo para o próprio treinador. Na coletiva da véspera, o italiano disse que a Seleção precisava ajudar no convencimento do torcedor. Convenceu! E que era necessário encontrar soluções ofensivas. Encontrou!
Veja a coletiva de Ancelotti após a goleada do Brasil sobre a Coreia do Sul
COREIA DO SUL X BRASIL
– Posse de bola: 41% x 59%
– Finalização: 4 x 14
– Finalização no gol: 1 x 7
– Passes trocados: 430 x 617
– Faltas cometidas: 13 x 9
O sistema 4-2-4 com cara de 3-2-5 nos avanços de Vitinho pelo lado direito deu presença e volume aos brasileiros no campo de ataque. Com amplo controle de jogo com a bola, a Seleção teve paciência para girar as ações em busca de espaços e teve na tacada de sinuca de Bruno Guimarães para Estêvão aos 13 minutos o ato inicial para a goleada.
A mobilidade do setor ofensivo chamou a atenção. Apesar do pouco tempo de treinamento, o quarteto demonstrou sintonia com muita alternância de posição – principalmente pelo lado esquerdo com Vini e Rodrygo.
A Coreia do Sul não perdia a coragem de sair jogando de pé em pé e, por isso, expunha-se até demais. À exceção de bolas esticadas para correria de Son, o time da casa praticamente não passava do meio de campo e, mesmo sem a bola, caía na armadilha de dupla de zaga brasileira.
Não foram poucas as vezes em que Militão e Magalhães chamaram a pressão alta para quebrar linhas com passes verticais e abrir o campo para Casemiro e Bruno Guimarães. Os volantes, por sinal, tiveram grande noite nas antecipações de jogada e com a bola nos pés.
Depois de dois gols em construção ofensiva, o Brasil voltou do intervalo com marcação ajustada no ataque e logo fez dois gols – novamente com Estêvão e Rodrygo. Cunha teve papel fundamental ativando os gatilhos de pressão e puxando os companheiros para o abafa com os coreanos. Mais um exemplo da sintonia ofensiva.
Com 4 a 0 no placar, o Brasil passou a valorizar a posse de bola, e a Coreia tentava ao menos se posicionar no campo de ataque. Quando conseguiu, foi punida com o quinto gol.
Carlo Ancelotti aproveitou a goleada para observar peças. Colocou Paulo Henrique, André, Igor Jesus, Richarlison, Paquetá e Carlos Augusto. Mudou o esquema para o 4-3-3 e depois um 4-4-2, e o Brasil seguiu com o jogo controlado.
Elementos de uma atuação irretocável. Que venha o Japão!