Brasil ocupa o 6º lugar em ranking de otimismo empresarial

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O Brasil ocupa o 6º lugar em ranking de otimismo do empresariado em relação a economia do país, segundo um estudo da consultoria Grant Thornton, realizado em 28 nações. Mais de 4,7 mil empresários foram entrevistados ao longo de 2022 sobre diferentes aspectos do ambiente de negócios dos países em que operam.

À frente do Brasil (62%), as maiores expectativas positivas dos empresários foram registradas na Indonésia (76%), no Vietnã (75%) e nos Emirados Árabes (74%). O índice foi de 60% na América Latina e de 59% na média global.

Estes dados foram coletados até dezembro do ano passado, no entanto, eles não contemplam a percepção dos empresários brasileiros a respeito dos ataques golpistas em Brasília no início deste mês. De acordo com o CEO da Grant Thornton, Daniel Maranhão, a confiança de fato foi abalada diante das incertezas políticas e possíveis impactos econômicos da invasão às sedes dos poderes.

“As medidas que foram e estão sendo tomadas pelos vários órgãos governamentais trouxeram maior tranquilidade ao mercado e a percepção de estabilidade para economia, tanto para os empresários locais, quanto para os investidores internacionais”, ressaltou Maranhão.  

O estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, avaliou que este cenário internacional está mais favorável para a cadeia produtiva do país.

“Tivemos momentos em que a China e outros países não estavam enviando insumos de forma natural, com os chineses fechando portos e encarecendo fretes. O empresário que muitas vezes depende de algum item produzido fora do Brasil estava em uma situação muito difícil. Agora, ele já consegue enxergar que 2023 vai ser um ano mais tranquilo”.

O estrategista destacou que a demanda está mais previsível. “Em 2020 e 2021, as pessoas consumiam muito mais no varejo do que em serviços, já que elas não saíam de casa. No ano passado foi mais alternado, com aumento dos serviços. Agora as coisas devem voltar ao normal”.

Cerca de 81% dos empresários brasileiro mostraram confiança no crescimento das receitas e no volume de negócios, colocando o Brasil na terceira colocação nesse aspecto,  atrás de Indonésia e Nigéria (84%) e do Vietnã (82%).

O continente latino aparece em 73% e o índice global ficou em 56%. O item lucratividade apresentou números parecidos. O Brasil ficou em quarta posição com 81% dos empresários brasileiros confiantes no aumento dos lucros.

A Indonésia e Nigéria estão na liderança da pesquisa com 84%, além do Vietnã (82%). A América Latina, com 73%, ficou em posição acima do índice global de 56%.

Em análise de número de empregos, os brasileiros são os que têm maior expectativa de crescimento para os próximos meses. Com índice de 75%, o Brasil divide a liderança com a Índia, seguidos pela Nigéria (74%) e Filipinas (67%).

A América Latina registrou 62%, enquanto a média global ficou em 48%. O Brasil (77%) também é o primeiro colocado quando se trata da expectativa para investimentos nas habilidades da equipe, à frente da Índia (75%) e da Nigéria (74%). O índice da América Latina foi de 61% e a média global, de 53%.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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