Brasil segue com maioria de pessoas pardas; número de pretos sobe em 3%

Brasil segue com maioria de pessoas pardas; número de pretos sobe em 3%

Em um espaço de dez anos, a população brasileira sofreu algumas mudanças na autodeclaração étnico-racial. A maioria segue se identificando como pessoas pardas, mas o número daqueles que se declaram como pretos subiu mais de 3% entre 2012 e 2022. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também indica que houve uma redução na quantidade de brancos.

Pessoas pardas e os grupos raciais no Brasil

As estatísticas do IBGE foram divulgadas a partir da divisão de Características Gerais dos Domicílios e dos Moradores 2022 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. O grupo composto por pessoas pardas, que consistia em 45,6% do total em 2012, se manteve estável e chegou a 45,3% em 2022.

Por outro lado, houve uma variação maior nos outros grupos raciais. Aqueles que se declaram como pretos são 10,6% do total de brasileiros, sendo que há dez anos a porcentagem era de 7,4%. Quanto aos brancos, a queda pôde ser vista em um espaço de um ano, passando de 46,3% em 2021 para 42,8% em 2022.

No recorte por regiões, onde ocorreu o maior aumento proporcional de pessoas pardas foi no Sul, saltando de 16,7% para 20,9%. Entre aqueles que se declaram como pretos, o Nordeste é onde há a maior presença, atualmente em uma porcentagem de 13,4%.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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