Última atualização 12/05/2023 | 17:17
O Brasil será palco do experimento sobre o impacto da jornada de trabalho semanal de quatro dias. Os testes devem acontecer entre junho e dezembro de 2023, através de uma iniciativa da organização 4 Day Weeks, que conduz testes globais sobre a carga horária reduzida, e a brasileira Reconnect Happiness At Work.
As inscrições para participar do experimento acontecerão em junho e julho. As empresas interessadas devem responder um formulário disponível no site da 4 Day Week para ter acesso à mentoria.
O experimento tem data para ser iniciado em agosto, começando a implementar o modelo em setembro. Existe ainda um custo para participar do estudo, que ainda não foi definido.
Descanso
O modelo implementado pela organização será o tipo 100-80-100: 100% salário, trabalhando 80% do tempo e mantendo 100% da produtividade, Indicadores como estresse da força de trabalho, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, resultados financeiros e turnover (rotatividade) serão os fatores avaliados ao final do experimento.
A universidade americana Boston College foi responsável pela criação da metodologia, com expectativa de garantir a acurácia dos dados para que as empresas possam definir se seguirão com a semana de quatro dias.
”É um projeto com foco inicial no aumento de produtividade, mas que acaba resultando em ganhos para os indivíduos, suas famílias e para toda a sociedade. As empresas que adotaram a semana de trabalho de 32 horas percebem maior atração e retenção de talentos, envolvimento mais profundo do cliente e melhor saúde e felicidade dos colaboradores”, afirma a diretora da Reconnect, Renata Rivetti.
De acordo com Rivetti, a semana de quatro dias de trabalho pode trazer ganhos em saúde mental para os trabalhadores. Um dos exemplos é a pesquisa da consultoria McKinsey, com 15 mil funcionários de 15 países, onde 59% das pessoas passaram ou estão passando por um desafio relacionado à saúde mental.
A pesquisa apontou que trabalhadores que estão enfrentando desafios na saúde mental têm quatro vezes mais chances de sair da empresa e duas vezes maior de estarem desenhados no trabalho.
”A adoção da semana de quatro dias é boa para a empresa, para os clientes, para os colaboradores e para a sociedade. Será uma revolução no mundo do trabalho, possibilitando mudanças em nossa forma de atuarmos, de forma mais produtiva e saudável.”, afirma Rivetti.
O estudo já foi implantado em países como Reino Unido, Emirados Árabes, Bélgica, Islândia, Suécia e Espanha.