Nos últimos dois meses, o Brasil tem enfrentado uma onda de acidentes aéreos, com um incidente ocorrendo a cada dois dias. De dezembro de 2024 a janeiro de 2025, foram registrados 41 acidentes aéreos, dos quais 11 resultaram em mortes, totalizando 24 vítimas fatais. Essa estatística representa um aumento de 46,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando ocorreram 28 acidentes, sendo nove fatais e resultando em 23 mortes.

O acidente mais recente ocorreu na tarde de segunda-feira, 10 de fevereiro, quando uma aeronave caiu e explodiu perto da Praia da Barra do Cahy, em Cumuruxatiba, na Bahia. O empresário mineiro Fredy Tanos, diretor da rede de diagnóstico Laboranálise, morreu no local. O piloto, Mário Alessandro Gontijo de Melo, proprietário da aeronave e ex-secretário de Saúde de Eunápolis, sobreviveu e foi encaminhado para um hospital em Porto Seguro.

Especialistas apontam que o crescimento da frota de aeronaves de pequeno porte e o aumento das horas de voo desde a pandemia da COVID-19 podem estar entre as principais razões para a escalada dos acidentes. Raul Marinho, diretor-técnico da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), explica que, embora o número absoluto de acidentes tenha aumentado, as taxas de acidentes por milhão de horas voadas ou por milhão de decolagens seguem estáveis.

No entanto, ele alerta que o crescimento da frota e das horas de voo pode impactar a segurança. Desde a pandemia, houve um aumento de 42% no número de jatos executivos e de quase 60% em turboélices no Brasil. Diante deste cenário alarmante, é crucial que a sociedade e as autoridades de aviação se unam para discutir medidas que possam aumentar a segurança aérea no Brasil.