Brasileira com 36 vitórias seguidas em time chileno concorre a prêmio de melhor técnica do mundo
Tatiele Silveira, treinadora do Colo-Colo, foi indicada pela IFFHS
Copa do Mundo Feminina no Brasil 2027
Ter 36 vitórias consecutivas no currículo não é para qualquer um, mas a brasileira Tatiele Silveira conseguiu realizar no comando do Colo-Colo Feminino. A treinadora superou equipes masculinas, como o Al-Hilal masculino de Jorge Jesus em 2024 e o Corinthians feminino de Arthur Elias em 2019. Agora, o time chileno tem a segunda maior sequência de triunfos no mundo, apenas atrás do Lyon feminino, que conseguiu 41 vitórias consecutivas em 2012/13. Tati é a primeira mulher a chegar ao top-3 do recorde, tal feito aconteceu enquanto a equipe disputava as quartas da Libertadores.
É um marco na nossa carreira e na história do clube. As jogadoras continuaram mentalmente conectadas, competitivas e com um esforço a cada jogo. Fomos ganhando e desfrutando. Para mim, foi uma alegria ver meu time com confiança assim – contou, em conversa com o ge. Entrego para elas uma mentalidade de querer mais e se desafiar. Esse recorde estará gravado, deixamos um legado para as próximas gerações. — Tati Silveira
Após os grandes resultados com o Colo-Colo, Tatiele foi indicada ao prêmio de melhor treinadora do mundo por times da temporada pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol – IFFHS. Além dela, Jonas Urias, do Cruzeiro, também representa o Brasil nos indicados por clubes. A lista inclui apenas três mulheres: Tatiele Silveira, do Colo-Colo, Sonia Bompastor, do Chelsea, e Renée Slegers, do Arsenal. O resultado está previsto para ser divulgado dia 10 de dezembro. Quando a gente vê essas três mulheres, cada uma dentro do seu cenário, mostra a nossa persistência, o nível de qualidade e competitividade que entregamos nos nossos grupos. Estar na mesma liga que essas grandes referências é uma felicidade imensa.
Uma das poucas brasileiras no comando de um time, a treinadora sabe o quão é importante esse crescimento de mulheres alcançarem os locais que deveriam ser proposto, seja no feminino ou masculino. Para melhorar os números e abrir portas, Tati entende que algumas coisas precisam mudar, com as confederações e federações agindo. Atualmente, para poder atuar em uma comissão no Brasil, a pessoa precisa ser formada pela CBF Academy. Primeiro, nós brigamos pelo espaço dentro dos gramados e acredito que ganhou uma proporção e investimento. Agora, a nossa briga é elevar o nível fora. Essas mudanças, às vezes, passam por iniciativas. Entrei em comissões com a obrigatoriedade da Fifa de ter uma mulher, fui assistente técnica. Os homens flutuam entre o futebol feminino e masculino com muita facilidade. As mulheres, como treinadoras, não sabem o futuro quando o contrato acaba. Dificilmente, iremos para o masculino, não temos 100% do futebol. — Tatiele Silveira
Pensando também em como poderia ajudar esses órgãos, a técnica se uniu com outras comandantes do Brasil para a criação de um grupo. A ideia delas é unir e compartilhar pensamentos para definir novos caminhos, desta maneira, buscando melhorias nas condições e espaços para mulheres nas comissões. Precisamos que os clubes reconheçam a competência e qualidade técnica das treinadoras. Também que as confederações nos ajudem a encontrar um equilíbrio. Com esses dois pontos, podemos nos fortalecer. — Tati Silveira
Quando iniciou a Libertadores Feminina de 2025, Tatiele Silveira declarou que gostaria de colocar o time chileno no topo e mostrar tudo que poderia. A equipe se junta ao Atlético Huila-COL e o Sportivo Limpeño-PAR nos únicos não brasileiros a levantar a taça do torneio. A treinadora levou o time chileno à semifinal da competição nesta temporada, perdendo nas penalidades para o Deportivo Cali e a disputa do terceiro lugar para a Ferroviária, com o único gol que sofreu em toda competição. Fizemos um projeto para alcançar isso e fomos felizes, acho que cumprimos nosso propósito. Queremos continuar para chegar no nosso grande sonho de levantar a Libertadores novamente. É claro que as equipes brasileiras têm um nível de investimento maior, mas temos um projeto a longo prazo – ressaltou. Queremos levar o Colo-Colo ao protagonismo sul-americano e manter esse rendimento competitivo. — Tatiele Silveira
Todos esses momentos importantes aconteceram no centenário do Colo-Colo, o que deixou tudo ainda mais especial. A treinadora está crescendo com a equipe desde 2023 e, agora, entende que o time chileno pode ter mais chances de brilhar no cenário sul-americano. No último ano, após o título do Campeonato Chileno Feminino, Tatiele conversou com o ge e destacou que ainda havia muita diferença entre as equipes com as brasileiras em destaque e as outras tentando acompanhar. Agora, a técnica acredita que as coisas melhoraram. Esse ano vimos um destaque diferente. Nós, aqui do Chile, chegando na briga, o Deportivo Cali também nesse contexto. Isso faz diferença. O nível de preparação e as estruturas estão melhorando. Aqui, o campeonato deu uma estruturada melhor, ajuda a preparar as jogadoras. A liga feminina chilena ainda está acontecendo nesta temporada. A equipe possui seis títulos do torneio com três consecutivos (2022, 2023 e 2024), uma Libertadores em 2012 e três playoffs da Copa Libertadores no currículo. + Veja mais notícias sobre futebol feminino.
