Brasileira é deportada de Portugal: marido e filhos lutam por reagrupamento familiar no país

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Brasileira é deportada de Portugal ao voltar de férias; marido e filhos crianças ficam na Europa

Marido tem autorização de residência no país e já havia dado entrada em pedido de reagrupamento familiar.

Uma mãe brasileira foi deportada pelo governo de Portugal após ser detida ao voltar de férias para o país com a família. A mulher foi separada dos filhos, de 8 e 6 anos, que ficaram na Europa com o pai, o advogado e administrador Hugo Silvestre, que tem direito de residência no país.

Os Silvestre vivem há mais de dois anos em Cascais, cidade a cerca de 30 quilômetros de Lisboa. Hugo possui autorização da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para residir em Portugal.

Ele já havia dado entrada em um pedido de reagrupamento familiar, que estende o visto dele para familiares, mas o processo ainda está em tramitação. Ele chegou a marcar duas entrevistas para a esposa e os filhos, mas eles não foram atendidos pela Agência para Integração, Migrações e Asilo (Aima).

“Ela entrou de forma regular e legal. Não conseguiu fazer reagrupamento por ineficiência do governo”, afirmou a advogada Tatiana Kazan, que representa a família, ao lado da colega Rafaela Lobo.

Na terça-feira (19), quando a família Silvestre estava voltando de férias, a esposa de Hugo foi detida no aeroporto pela polícia, sob argumento de que ela não tinha autorização para viver em Portugal.

A brasileira foi levada para a sala de detenção do aeroporto às 11h30. Às 13h36, as advogadas deram entrada na defesa dela. Até a manhã do dia seguinte, a família não tinha tido resposta.

A esposa de Hugo foi repatriada para o Brasil na quarta-feira (20), às 16h30. Ela foi embarcada, sem passaporte, em um voo para o Recife.

Portugal foi governado pelo Partido Socialista entre 2015 e 2024, quando o Partido Social Democrata (PSD), de centro-direita, assumiu o governo. Em maio deste ano, o Chega, um partido nacionalista de extrema direita, se tornou a segunda maior bancada no parlamento.

Em julho, o parlamento português aprovou um pacote anti-imigração, que previa, entre outras medidas, um endurecimento das regras de reagrupamento familiar, como a solicitada pela família Silvestre.

Na sequência da decisão judicial, o governo português acabou com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), órgão que controlava a imigração no país, e o substituiu por um novo ramo da polícia portuguesa.

A família agora trabalha para conseguir levar a brasileira novamente para Portugal e para que o processo de reagrupamento familiar seja aprovado. “Minha esposa está extremamente abalada, meus filhos também”, afirmou Hugo.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que tem acompanhado o caso por meio do Consulado-Geral do Brasil em Lisboa e tem prestado assistência consular à família.

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