Uma brasileira revelou nesta quarta-feira, 3, ter sido uma das vítimas abusadas pelo empresário Jeffrey Epstein, nos Estados Unidos. Mariana Lacerca contou os detalhes dos anos de crime durante uma coletiva de imprensa em Nova York, organizada por político que pedem a divulgação de informações sobre o caso.
Na coletiva, Mariana contou que os abusos começaram em 2002, quando ela tinha 14 anos e havia acabado de se mudar para Nova York ao lado da mãe e da irmã. Ela relatou que trabalhava em três empregos para sustentar a família e, foi neste momento, que apareceu a oportunidade de conhecer Epstein.
“Uma amiga minha do bairro me disse que eu poderia ganhar US$ 300 para dar uma massagem em um cara mais velho”, contou. “Isso passou de um emprego dos sonhos para o pior pesadelo.”
A brasileira, então, passou a frequentar a casa de Epstein e precisou abandonar a escola devido a frequência que visitava o homem. Dos 14 aos 17, Mariana integrou uma rede de meninas recrutadas e forçadas a participar de encontros sexuais com o empresário.
“Eu pensava que, se eu apenas jogasse o jogo, não seria mais só essa imigrante do Brasil, e teria algo a esperar do futuro”, contou.
“Há partes da minha própria história que não consigo lembrar, por mais que eu tente”, disse Marina. “Há pessoas por aí que sabem mais sobre meu abuso do que eu. O governo tem documentos que poderiam me ajudar a lembrar e a me curar.”
Caso Epstein
Conhecido como uma das maiores polêmicas do governo norte-americano, o caso se trata de uma investigação sobre o empresário Jeffrey Epstein, suspeito de organizar festas com menores de idade e convidar empresários, artistas e políticos influentes.
Entre 2002 a 2005, o milionário foi acusado de aliciar dezenas de meninas menores de idade para encontros sexuais em suas mansões. Em 2008, ele chegou a firmar um acordo com a Justiça para se declarar culpado.
O caso voltou à tona em 2019, quando autoridades federais consideraram o acordo inválido e determinaram a prisão do bilionário por tráfico sexual. Jeffrey morreu dias depois de ser preso.
Desde então, vítimas do empresário procuraram a impressa norte-americana pedindo pela divulgação de documentos do caso, entre eles o nome de pessoas influentes que participaram das festas organizadas por Epstein.
Em 2024, durante a campanha presidência, Donald Trump prometeu divulgar a lista com os nomes de pessoas supostamente envolvidas no esquema de exploração sexual. Em fevereiro deste ano, alguns documentos chegaram serem revelados.