Brasileiro de 5 anos é o mais jovem do mundo a descobrir um asteroide

Um garotinho brasileiro de cinco anos foi reconhecido como a pessoa mais jovem do mundo a identificar um asteroide. No total, já foram 15 desses corpos celestes que o menino descobriu e que já foram confirmados pela Nasa (Agência Espacial Americana).

Natural de São Paulo, Miro Latansio Tsai sempre se interessou pela astronomia e ciência. “Eu sempre gostei de ciência, astronomia e planetas: Marte, Júpiter, Saturno, Sol, Mercúrio”, diz o pequeno, que logo depois se corrige e afirma que, na realidade, o Sol é uma estrela.

De acordo com Carla Latansio, advogada e mãe de Miro, o interesse do garoto por astronomia começou quando ele era ainda menor.

“Com dois anos ele sabia o nome de todos os planetas do sistema solar. Na primeira visita que fizemos ao Museu Catavento, em São Paulo, na entrada tinham todos os planetas na parede e ele foi passando e apontando os dedinhos e falando os nomes de todos”, exemplifica.

A curiosidade da criança por astronomia chamou a atenção dos pais e um dia, durante a quarentena por causa da covid-19, Latansio viu o anúncio de um projeto para caçar asteroides, uma iniciativa internacional chamada oficialmente de Iasc (Colaboração Internacional de Pesquisa Astronômica).

A mãe de Miro imaginou que seria interessante inscrever o garoto no projeto de caça a asteroides. Rapidamente, ele aprendeu a manusear o programa de computador que é utilizado para analisar imagens disponibilizadas pela Nasa. Foi através dessas fotos e desse programa que Miro conseguiu identificar 15 asteroides entre os meses de outubro e novembro de 2021.

Certificado da Iasc e da Nasa

A realização do menino fez com que ele fosse convidado para a 18º Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, onde recebeu o mérito do MCTI por ter descoberto os 15 asteroides. Naquele momento, recebeu também outro certificado da Iasc e da Nasa por suas descobertas. Miro disse ter ficado orgulhoso por receber o reconhecimento.

Com esses resultados, sua mãe teve a ideia de uma inciativa em que o garoto ajudasse outras crianças a caçar asteroides. O projeto foi chamado de ”Clubinho do Miro” e lá são compartilhadas informações sobre astronomia e caça de asteroides.

“Eu abri o meu clube de astronomia porque os meus amigos gostaram tanto de ver minha medalha, então eu abri um clubinho para ensinar eles”, afirma o garoto.

O interesse de Miro pela caça aos asteroides tem uma explicação: ele acredita que descobrir os asteroides pode ser uma forma de preservar o nosso planeta. Para identificar o potencial risco de um corpo celeste se chocar contra a Terra, é necessário estudar melhor sua órbita, algo que no momento está sendo feito com os 15 asteroides que Miro descobriu.

Caça aos asteroides

O projeto de caça de asteroides é coordenado pela Nasa e conta com a participação de outras instituições ao redor do mundo. No Brasil, o MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) é responsável pelo engajamento da comunidade local para a participação no projeto e recentemente premiou a estudante Verena Paccola por ter descoberto um asteroide raro.

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Meteorito de 27kg e 4,5 bilhões de anos é encontrado em zona rural da Paraíba

Meteorito

O primeiro meteorito da Paraíba foi encontrado na cidade de Nova Olinda, no Sertão paraibano. Segundo o presidente da Associação Paraibana de Astronomia, Marcelo Zurita, a rocha foi encontrada em novembro de 2014, mas a informação apenas foi divulgada agora por conta da confirmação de se tratar de um meteorito.

A rocha espacial já foi analisada, classificada e recebeu o nome de Nova Olinda, referência à cidade onde foi encontrada. Segundo a Associação Paraibana de Astronomia, essa é a primeira vez que um meteorito é encontrado na Paraíba e agora, eles tentam mantê-la como peça no Estado.

Meteorito encontrado por irmãos

O meteorito Nova Olinda foi encontrado em 2014 pelos irmãos Edsom Oliveira da Silva e João Oliveira da Silva, que, na ocasião, procuravam ouro com a ajuda de um detector de metais, em uma fazenda da zona rural do município de Nova Olinda. Em determinado local, próximo a um lago, o detector apitou avisando que havia algo grande por lá. Eles cavaram com uma picareta e encontraram a rocha, que tem cerca de 26,93kg.

Como ela era diferente de outras rochas encontradas na região, os irmãos acabaram a levando para casa e Edsom  colocou o meteorito como enfeite em sua mesa de jantar.

Por cinco anos, a rocha funcionou como adorno para mesa de jantar de Edsom. E estaria lá até hoje, como se não uma pedra vinda do espaço. Apenas após a queda de outro meteorito, em agosto de 2020 no munícipio de Santa Filomena, Pernambuco, que o homem percebeu que poderia se tratar de uma rocha espacial.

Após pesquisas, ele entrou em contato com André Moutinho, pesquisador e colecionador de meteoritos. Moutinho orientou o homem a realizar os primeiros testes e, com a possibilidade de se tratar de um meteorito, uma amostra foi retirada e enviada até São Paulo, onde o pesquisador confirmou que se tratava de uma rocha espacial. A partir daí, entrou em contato com pesquisadores para realização das análises física, química e petrográfica para classificação.

Análise

As análises foram feitas através de uma parceria entre pesquisadores da Universidade de Alberta (Canadá) e um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Essa foi a segunda análise feita em um meteorito metálico no Brasil.

O meteorito Nova Olinda, é metálico, composto basicamente de ferro e níquel, além de outros materiais em menor concentração. Ele foi classificado como um octaedrito IIAB, que têm a menor concentração de níquel entre os meteoritos metálicos.

De acordo com análise feita em isótopos de meteoritos semelhantes, a rocha teria vagado por cerca de 4,5 bilhões de anos, no período da formação solar. Mas ainda é difícil dizer há quanto tempo o meteorito Nova Olinda teria caído na Terra. Devido a deterioração da terra, é estimado que a queda tenha ocorrido há alguns milhares de anos e permanecido enterrado por todo esse tempo, até ser encontrado pelos irmãos.

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