Brasileiro fica ‘preso’ em Madri por voos cancelados da Azul: relato de sufoco

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Brasileiro perde própria festa de aniversário após ficar 4 dias ‘preso’ em Madri por voos cancelados da Azul: ‘Foi desesperador’

O voo de Lucca Gressoni estava previsto para sábado (11). Após três cancelamentos da Azul, brasileiro conseguiu voltar a Campinas apenas no dia 15 por outra companhia aérea.

Brasileiro fica dias ‘preso’ em Madri por voos cancelados

O morador de Campinas, Lucca Gressoni, passou um sufoco até conseguir aterrissar em território nacional nesta quarta-feira (15). Ele estava em Madri, em sua primeira viagem internacional, com volta prevista para este sábado (11). Mas após três voos cancelados da Azul, ele ficou retido na Europa por quatro dias e chegou a perder a própria festa de aniversário.

Ao DE, o arquiteto afirmou que vai acionar a Justiça pelo “desacato” e “negligência” com que foi tratado pela companhia aérea. Lucca chegou a ficar três horas dentro da aeronave, parada, e oito horas sem informação até que a companhia providenciasse um hotel.

Em nota, a Azul informou que o voo do sábado foi cancelado por questões técnicas, lamentou “eventuais transtornos” e disse que agiu conforme resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Neste voo, havia 300 passageiros — alguns deles ainda não conseguiram regressar.

> “A gente tá tentando buscar justiça agora, né? Porque isso daí não foi um imprevisto, foi uma negligência mesmo. Então, o que eu quero agora é uma posição deles. Não só comigo, mas também com os outros 299 passageiros do voo. Não foi fácil, não. Foram dias ali no escuro, sem saber o que fazer”, desabafa o arquiteto.

Lucca conta que chegou a perder sua própria festa de aniversário, marcada para o domingo (12).

“Eu tinha o meu aniversário marcado com a minha família, o pessoal tinha vindo de outra cidade também para ir para o aniversário. E aqui foi se estendendo. O voo foi remarcado novamente para a segunda, e a gente não tinha mais esperança de nada”, explica o arquiteto.

Também deixou a mãe, que sofre de hipertensão, preocupada.

> “Você imagina o desespero de uma mãe, que o filho não consegue voltar para o Brasil. Eu vou ser sincero com você, a gente estava sem esperança de voltar”, conta o filho.

Lucca realizou um sonho ao fazer sua primeira viagem internacional, com destino a Portugal e Espanha junto com seu amigo Lucas. Ele embarcou no aeroporto de Viracopos no dia 26 de setembro. A volta estava prevista para as 13h45 do sábado (11), mas por problemas técnicos, o avião não seguiu viagem.

> “Alegaram que era problema no motor. Ficamos mais ou menos três horas, com todos os passageiros dentro da aeronave, sem guichê, sem funcionário, sem sequer com água, algum tipo de comida. A gente não tinha acesso a como falar com eles, foi desesperador. Chegamos no hotel lá por volta da meia-noite”, relata Lucca.

O arquiteto conta que ficou oito horas sem informação da companhia aérea sobre o que aconteceria. Trezentos passageiros não sabiam se seriam realocados em outro voo ou acomodados em hotéis. Entre eles, pessoas com mobilidade reduzida, crianças e idosos. Além disso, algumas famílias não conseguiram acomodação, por conta de overbooking nos hotéis, sendo obrigadas a ficarem no aeroporto ou a pagar uma diária do próprio bolso.

Após três cancelamentos, Lucca e o amigo foram redirecionados para outra companhia aérea, com nova data marcada: 14 de outubro. No entanto, após 20 minutos de voo, o avião apresentou problemas no ar condicionado e teve que retornar para Madri.

Lucca perdeu a grande festa com a família que estava marcada para o domingo (12). Mas o dia exato do seu aniversário é 15 de outubro, exatamente o dia em que chegou a Campinas, com alívio. Depois de muitas horas sem dormir e com menos pessoas reunidas, ele conseguiu cantar e soprar as velinhas nesta quarta-feira à noite.

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