Brasileiro luta na Justiça para reencontrar filha de 5 anos no México

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Brasileiro diz que ex-mulher fugiu com filha de 5 anos no México

Jornalista afirma enfrentar batalha judicial desde 2022 para manter contato com a criança e denuncia ‘violência vicária’. DE tentou contato com mulher e com advogada, sem sucesso.

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O brasileiro Guilherme Araújo, que vive há uma década no México, enfrenta uma batalha na Justiça contra a ex-mulher – que também é brasileira e, segundo ele, fugiu de casa com a filha de 5 anos.

Guilherme afirma que, desde o começo, o processo para se divorciar de Mayara de Oliveira Ribeiro foi “conflituoso”. A briga se intensificou, conta, porque ela se recusou a fechar um acordo amigável e passou a dificultar o convívio entre pai e filha.

Ao todo, Guilherme relata que Mayara fugiu com a filha três vezes desde a separação. Na última, o pai apontou o descumprimento dos acordos à Justiça Federal mexicana – e obteve a guarda formal e a custódia da criança no começo de maio.

Passados cinco meses, no entanto, ele não conseguiu exercer esse direito. Como o paradeiro da ex-companheira é desconhecido, ela sequer foi notificada da decisão.

> “Não era a minha intenção [requerer a guarda]. Eu sei a importância da mãe na vida da filha, mas eu precisei recorrer a este caminho”, relatou.

Guilherme diz que as dificuldades impostas para conviver com a filha se arrastam há mais de dois anos.

Nesse período, Guilherme acionou a legislação mexicana para acusar a ex-companheira de violência vicária. Ele apresentou material que comprovaria “manipulação e falsas acusações” por parte da ex.

➡️ Violência vicária é uma forma de violência de gênero em que o agressor utiliza terceiros — geralmente os filhos — como instrumentos para causar sofrimento à outra parte do casal, especialmente após o fim do relacionamento.

Após a fuga mais recente de Mayara, ele abriu um “alerta AMBER” – sistema adotado em vários países, incluindo o México, para reportar rapto de crianças.

Agora, a mulher de 35 anos e a criança são procuradas pela Justiça do México. Até este sábado (11), Guilherme não sabia dizer o paradeiro de ambas – inclusive, se ainda estavam em solo mexicano.

DE tentou contato com Mayara, que encaminhou os contatos de seus advogados no México para eventuais esclarecimentos. Os advogados, por sua vez, não retornaram os contatos. DE segue tentando contato com ambos.

DIVÓRCIO, GUARDA COMPARTILHADA E PRIMEIRO ‘SUMIÇO’

Durante o primeiro ano de separação, em 2022, Guilherme conta que conseguiu visitar a filha em um centro de convivência. A decisão judicial válida à época previa guarda compartilhada e visitas quinzenais.

O despacho da Justiça do México também previa que, após alguns meses, Guilherme teria o direito de buscar a criança e levá-la para passear.

O pai diz que, ao tentar cumprir esse acordo, no primeiro dia de convivência livre não encontrou a criança no endereço fornecido pela mãe.

Esse foi o primeiro de três sumiços de Mayara com a filha, segundo Guilherme. Após investigações, Mayara e a criança foram localizadas em Cancún – cidade também praiana a cerca de 70 km de Playa del Carmen.

O casal voltou a manter contato, em prol da filha. Mas, pouco tempo depois, Guilherme diz ter sido surpreendido com uma ordem de restrição de Mayara.

No documento, a brasileira acusa Guilherme de ser um homem violento. Ao DE, ele negou essas acusações e disse ter provas do contrário.

Um vídeo enviado por Guilherme ao DE mostra o homem, supostamente, trancado por Mayara dentro da própria casa (assista no topo do texto).

> “Não deveria estar aqui. Não deveria estar aqui. Veja, o portão está trancado, não posso sair da casa e ela está aqui dentro de casa. Não deveria estar”, diz o homem na gravação, em espanhol.

É possível ouvir a mulher dizer que “está dentro da própria casa”. Ainda no vídeo, Guilherme diz ter “testemunhas” do episódio, em referência a outras pessoas em frente a residência. É possível ouvir que ele também conversa com a filha, presente no local.

SEGUNDO SUMIÇO E ‘VIOLÊNCIA VICÁRIA’

Guilherme relatou ao DE que a situação da família, que já era grave, piorou: em um segundo momento, Mayara tirou a criança da escola novamente sem avisar e se mudou de cidade.

O brasileiro diz ter procurado a polícia e a Justiça locais. Ele registrou, inclusive, denúncia de sequestro de menor de idade.

Após novas investigações, a ex-mulher e a criança foram localizadas na própria cidade de Playa del Carmen, onde a família vivia inicialmente.

A Delegacia da Mulher reconheceu a denúncia e encaminhou o caso para que ele fosse tratado como vítima.

Foi assim que Guilherme conseguiu a guarda formal e a custódia da criança — o que ainda não se concretizou em razão do terceiro “desaparecimento” de Mayara com a filha.

TENTATIVAS DE ACESSO

Em um e-mail enviado a Mayara em 13 de maio de 2024, o jornalista diz que foi barrado na porta da escola da criança – ele tinha ido ao local com um bolo para cantar parabéns para a filha.

Ele pede, na mensagem, que Mayara entre em contato com o colégio e libere a presença, porque o afastamento prejudicaria o bem-estar da filha.

O e-mail termina com uma mensagem à criança.

> “Mel, papai te ama e não mede esforços para estar pertinho de você. Parabéns, filha”, escreveu.

Leia mais notícias sobre a região no DE DF.

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