O soldado brasileiro voluntário morto em confronto na Guerra da Ucrânia salvou a vida de um colega em campo. André Hack chegou ao país no final de fevereiro e lutou ao lado do também brasileiro André Kirvaitis durante três meses. Nesse período, chegou a socorrer pelo menos outras duas pessoas em combate. Ele teria falecido durante fogo cruzado em área bombardeada no último domingo, 5.
Em uma publicação de despedida em uma rede social, Kirvaitis elogiou o colega pela coragem. Eles estavam em solo ucraniano para defender o que acreditam ser um ataque da Rússia contra valores civis comuns e ataque à segurança global. No perfil de ambos na Internet há um link para um site que permite a inscrição na chamada Legião Internacional de Defesa da Ucrânia.
“Só Deus sabe o que passamos juntos. […] Obrigado por ter salvado a minha vida em Irvin e me perdoe por não estar ao seu lado nessa última missão. A guerra é o inferno e aqueles que a iniciaram sofrerão o peso da justiça divina, pois ela não falha. Mais um soldado anônimo que, como outros, deu a vida em combate pela liberdade e pela paz”, postou Kirvaitis.
O Itamaraty se manifestou por meio de nota confirmando a morte de Hack e afirmando estar em contato com familiares dele para prestar toda a assistência cabível. Além disso, a instituição reforçou que desaconselha deslocamentos de brasileiros à Ucrânia, enquanto não houver condições de segurança suficientes no país.
A família de André pretende cremar o corpo e espalhar as cinzas em Quixadá, no Ceará. Ele era natural de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e deixa sete filhos.