De acordo com informações do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, cerca de 80,32% dos brasileiros deportados dos Estados Unidos apresentavam “jornadas exaustivas de trabalho, de oito horas ou mais por dia, em contextos muitas vezes precarizados” no país norte-americano. Até o momento, 892 pessoas foram repatriadas, e atualmente o Brasil recebe em média dois voos por mês. A chegada desses repatriados está acontecendo em Fortaleza, para evitar que brasileiros sobrevoem o território nacional algemados.
Os dados revelam que a maioria dos repatriados está na faixa etária de 18 a 49 anos, com apenas 1,15% de pessoas idosas e 4,59% de crianças e adolescentes. Mais de 80% do total são homens, e apenas 13,36% chegaram acompanhados de seus núcleos familiares. Minas Gerais foi o estado que mais recebeu repatriados, seguido por Rondônia, São Paulo, Goiás e Pará. Além disso, outros estados como Espírito Santo, Rio de Janeiro, Ceará, Paraná, Mato Grosso, Distrito Federal e Santa Catarina também são destinos dos brasileiros retornados dos EUA.
É importante ressaltar que grande parte dessas pessoas viveu nos Estados Unidos por períodos curtos, variando de menos de três meses a seis meses. A maioria tinha jornadas exaustivas de trabalho em condições precárias. Apesar das dificuldades enfrentadas, ao retornarem ao Brasil, 72,1% dos repatriados têm a intenção de voltar a trabalhar, enquanto 19,57% desejam estudar e trabalhar, e 5,81% planejam apenas estudar.
Ao desembarcarem em Fortaleza, a maioria dos repatriados foi acolhida por familiares ou amigos, seguido por aqueles que se encaminharam para suas casas próprias ou alugadas. Uma pequena porcentagem foi direcionada a abrigos públicos ou hotéis. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania está acompanhando de perto todo o processo de repatriação para garantir a integridade e dignidade desses brasileiros.
Diante desse cenário, é fundamental um novo formato de acolhimento para os brasileiros repatriados, visando oferecer suporte e assistência adequada para a reinserção no Brasil. A chegada desses repatriados em Fortaleza marca mais um passo nesse processo, garantindo que esses brasileiros tenham a oportunidade de recomeçar suas vidas em seu país de origem. É um momento de acolhimento e solidariedade para aqueles que retornam em busca de novas oportunidades e um recomeço em terras brasileiras.