Brasília lidera em residências com mais de 10 cômodos, aponta Censo 2022 do IBGE

De acordo Censo Demográfico 2022, realizado pelo IBGE, cerca de 13% dos brasilienses vivem em grandes residências com mais de 10 cômodos. O número representa mais que o dobro da média nacional e coloca o Distrito Federal como a unidade da Federação com a maior taxa de todo o país. Os dados são do Censo Demográfico 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (12/12).

O segundo estado com maior proporção é Minas Gerais, que estava 5 pontos percentuais atrás, com 8% da população residindo em domicílios com 10 cômodos ou mais. Já a localidade a registrar a menor proporção nesse indicador foi o Acre, com 1,8%.

DE também é o local com a maior taxa de residências alugadas em todo o país. Segundo o IBGE, 30,1% dos imóveis são ocupados por meio de pagamento de aluguel. Os dados são referentes à realidade de 2022.

A capital do país ainda apresenta destaque em outros índices: tem 95% das casas e apartamentos construídos em alvenaria. Os brasilienses são os que estão mais conectados em suas residências. Mais de 96% dos imóveis têm acesso à internet. Em 2022, 89,4% da população brasileira residia em domicílios com acesso aos espaços virtuais.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) identificou que, ao longo das últimas décadas, aumentou o número de cômodos nas residências brasileiras. Ainda assim, segundo o Censo Demográfico 2022, 470 mil pessoas moram em domicílios de apenas um cômodo, correspondendo a 0,2% da população residente em domicílios particulares permanentes.

Outras 3 milhões de pessoas, o equivalente a 1,5% da população, residem em domicílios de dois cômodos. Os domicílios de três cômodos abrigam 5,3% da população, os de quatro cômodos servem de moradia a 13,5%, e os de cinco cômodos, a 29,2%.

Os domicílios compostos por seis a nove cômodos abrigam a maior parte da população, 44,4%, ao passo que os 5,9% restantes residem em domicílios com 10 cômodos ou mais.

Os cômodos são contabilizados como todos os espaços cobertos por um teto e limitados por paredes (construção vertical que permite limitar, dividir ou vedar espaços) que sejam parte integrante do domicílio, inclusive banheiro e cozinha. Não são considerados cômodos os corredores, varandas e garagens.

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Juiz suspenso do TJSP por trabalhar pouco recebe salário acima do teto

Juiz suspenso por trabalhar pouco recebe salário acima do teto no TJSP

Afastado do cargo por 120 dias pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, juiz
Carlos Eduardo Mendes recebeu, na média, R$ 55 mil por mês. Suspenso do cargo por 120 dias por faltar ao trabalho presencial e deixar uma longa fila de processos atrasados, o juiz da 8ª Vara Cível de Campinas, Carlos Eduardo Mendes, recebeu vencimentos acima do teto da magistratura no último ano. Entre novembro de 2023 e outubro de 2024, o juiz ganhou R$ 663 mil líquidos. Isso significa uma média de R$ 55 mil mensais. O máximo que Mendes (foto em destaque) ganhou foi R$ 73 mil, em dezembro de 2023, enquanto o mínimo foi R$ 48 mil, em abril de 2024.

O teto constitucional da magistratura é de R$ 44 mil, equivalentes à remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Assim como milhares de casos no país, Mendes ganha acima do teto porque recebe indenizações, abonos e gratificações que furam o teto. Como mostrou DE nesse domingo (15/12), Mendes foi afastado do cargo por 120 dias por decisão unânime do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), na última quarta-feira (11/12). O caso começou em 2023, quando o juiz ainda estava em Paulínia, município da região de Campinas, e foi acusado de nomear um amigo como administrador judicial em seus processos, além de atrasar o cumprimento de prazos processuais.

A investigação não concluiu por ilegalidades na nomeação do administrador judicial, mas identificou sucessivos processos nos quais o juiz dava despachos genéricos, de poucas linhas, sem decidir. Entre as recorrentes decisões em processos atrasados, constavam as frases como “aguardando decurso de prazo” e “aguarde-se designação de audiência”. Isso acontecia mesmo em casos urgentes, como processos criminais com réus presos. Ainda foi apurado que dados de processos atrasados ficavam fora do sistema do Judiciário paulista e iam parar em uma “planilhona” controlada pelos auxiliares do gabinete do juiz.

Durante o julgamento do processo, o desembargador Ferreira Alves também afirmou que houve “tentativa de burla do sistema de automação da Justiça de modo a omitir atrasos processuais porque não iam para o E-Saj (sistema do TJSP), iam para a chamada planilhona”. Para efeito de comparação, enquanto a 2ª vara da mesma cidade fez 52 audiências, Carlos Eduardo Mendes realizou apenas nove. No mês de julho de 2022, por exemplo, nenhuma audiência foi realizada. A investigação do TJSP ainda descobriu que havia dias em que ele não comparecia ao trabalho e acessava apenas o sistema fora de seu gabinete.

Segundo o relator, ao depor à Corregedoria, o juiz foi diversas vezes “irônico” ou “irreverente” em suas respostas. Sobre o destino dos processos atrasados, disse que “não sabia para qual fila” iam parar. Questionado sobre o comparecimento ao Fórum em março de 2022, respondeu: “Não sei, dr. Não tem como saber. É o que eu posso te dizer”. Em defesa do magistrado, o advogado Marcos Antonio Benassi expôs números que, segundo ele, demonstram que o juiz produziu inclusive mais do que em comarcas vizinhas ou varas da mesma cidade. “No período de abril de 2022 a março de 2023, o magistrado proferiu o dobro de sentenças de mérito em relação à 2ª vara de Paulínia. 220 contra 116”, disse.

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