A Polícia Federal investiga um professor da Universidade de Brasília (UNB) apontado como responsável pelo aluguel de uma mansão utilizando o dinheiro direcionado à pesquisas. Paulo Henrique Souza Bermejo, da Faculdade de Economia Administração e Contabilidade (Face), é um dos integrantes do esquema ilícito de provável desvio de recursos financiados para projetos pagos pela Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A Operação, que leva o nome de Klopês, foi deflagrada nesta terça-feira (21) para investigar o esquema. São cumpridos 11 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em Minas Gerais. Foram sequestrados bens nos valores de R$2 milhões, expedidos pela 10ª Vara criminal Federal do DF.
Mansão em bairro de classe alta
A mansão alugada se encontra no Lago Sul, bairro de classe alta em Brasília, e, de acordo com anúncios na internet, tem 950m², sete quartos e seis vagas na garagem, além de três andares e um elevador.
O docente teria decorado o imóvel usando verbas destinadas a pesquisas em tecnologia. Ao todo, foram desembolsado R$ 65 mil em persianas e blindex; R$ 19 mil na Apple Store e R$ 15 mil no iPlace.
O esquema que teria financiado o aluguel da casa de alto patrão aconteceu em abril de 2018 a janeiro de 2020.
Senador Romário morou na casa
A residência de luxo também já foi a casa do senador Romário, de 2012 a 2016, antes de usada no suposto esquema. O político e ex-jogador pagava R$ 26 mil mensais de aluguel. Depois, a propriedade ficou desocupada por dois anos até o local ser ocupado por um escritório de advocacia que não tem relação alguma com a investigação.
Além de pagaram o aluguel de luxo em Brasília, os alvos da operação utilizavam o dinheiro para bancar viagens diárias não relacionadas às pesquisas da fundação. Também era transferidos valores das pesquisas para a conta pessoa do coordenador de um dos projetos que realizavam pagamentos em duplicidade a bolsistas financiados.