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Brechós invadem Goiânia com peças até 85% mais baratas que as originais

Última atualização 06/04/2022 | 18:26

Se você acha que brechó é sinônimo de acúmulo de peças velhas e fora de moda vendidas para um público menos favorecido financeiramente, saiba que essa é uma concepção ultrapassada. Há algum tempo, o espaço se tornou uma opção de compra para roupas e acessórios para mulheres, crianças e homens com redes em todo País. Em Goiânia, um dos nomes em ascensão vem fazendo sucesso em dois pontos da cidade.

A Peça Rara atende pessoas de todos os níveis de renda. Nos estabelecimentos da T-9 e da avenida Ricardo Paranhos, o fluxo de carros e vai e vem de clientes chama atenção. O susto começa logo na entrada com a “cara de loja” do espaço e a disposição do estoque no mostruário. Armários, araras e prateleiras estão lotadas de peças selecionadas em tão bom estado de conservação que parecem novas, além de modelos de grife custando milhares de reais.

“Muita gente pondera muitos aspectos quando nos procuram, mas o preço ainda é o chamariz. A ideia é agregar e não segregar, por isso recebemos peças de qualquer marca, desde que atendam a três pontos: estado de conservação, qualidade e atualidade. Temos  blusinhas de departamento ou sem marca de R$20 a artigos da Louis Vuitton, Gucci, Valentino, como uma mala da Chanel que custa R$ 10 mil aqui sendo o valor original de R$70 mil”, afirma a dona da franquia na capital, Rosa Martins.

Ela diz que o sucesso das duas unidades na cidade em pouco mais de um ano de funcionamento se tornaram um case para a matriz, localizada em Brasília, onde foi criada há 15 anos. Rosa é consultora de imagem e aplica os conhecimentos profissionais no empreendimento em muitos aspectos, entre eles, na produção de looks que agitam o perfil do brechó no instagram com postagens diárias.

O público composto por mulheres de classe média entre 25 e 45 anos faz a maioria das compras na Peça Rara, mas o número de consumidores mais jovens vem crescendo, segundo a empresária. Um detalhe interessante é que esse grupo feminino é o mesmo responsável pelo abastecimento da loja. “Aqui tem muita saída para coisas de criança. Algumas clientes levam 10 peças de desapego, seja brinquedo, mobília ou acessórios para maternidade, e voltam para casa com outras 20”, lembra.

Assim como Rosa, muitos empresários investiram na modernização dos brechós e na comunicação online com os clientes. Brands famosas reinam na internet e se tornaram uma aposta de grandes nomes do varejo nacional, como a Arezzo, que comprou a Troc e expandiu atuação no mercado da moda brasileira e o faturamento. Ao lado dela, brilham a Enjoei e a Repassa com layouts intuitivos e segmentação dos produtos por gênero, tamanho e outras categorias específicas embora o centro goianiense e alguns bairros mais afastados mantenham exemplares desse tipo de loja com público cativo.

Sustentabilidade

A nova moda agora é a moda consciente seja nem Goiânia ou em outros pontos do planeta. A proposta de brechós, comum em parques da Europa até como uma opção de lazer, foi adotada pelos países ocidentais como movimento mundial em prol do meio ambiente. O apelo da chamada economia circular tem criado alternativas para hábitos nem sempre racionalizados pela cadeia produtiva envolvida na indústria têxtil, a exemplo do impacto pelo alto consumo e emprego de energia, água, material, plástico e substâncias químicas.