BRICs propõem mudança de paradigma na remuneração por dados para estimular economia global

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Os países do bloco BRICs, que representam 40% da população mundial, estão propondo uma mudança de paradigma em relação à remuneração pela geração de dados utilizados por sistemas de inteligência artificial. A ideia é tratar os dados como uma fonte de riqueza capaz de estimular o desenvolvimento econômico dessas nações. Assim como as especiarias foram fundamentais nas grandes navegações dos séculos XV e XVI, os dados podem ser vistos como commodities valiosas na era digital.

A proposta dos BRICs é que os detentores das informações sejam reconhecidos como agentes ativos e essenciais, em oposição à posição passiva diante das grandes empresas de tecnologia. Com a crescente importância da inteligência artificial na atualidade, a declaração conjunta também defende a proteção dos direitos de propriedade intelectual e autorais contra o uso não autorizado por mecanismos de IA, promovendo a remuneração justa.

Além disso, a transparência na coleta de informações é outro ponto abordado, uma vez que ainda há incerteza sobre o que compõe a base de dados que treina os principais modelos de inteligência artificial. Com um consenso entre os líderes dos BRICs, a declaração conjunta deverá destacar a importância da inteligência artificial como tema prioritário, juntamente com o financiamento de ações ambientais e de combate às mudanças climáticas, antecipando os debates que se seguirão na COP 30, em novembro.

A erradicação de doenças da pobreza também estará em pauta, demonstrando a preocupação do bloco com questões sociais e de saúde global. No entanto, a reunião da Cúpula dos BRICs enfrenta alguns obstáculos, como a discordância em relação à ampliação do Conselho de Segurança da ONU, que envolveu países como Egito e Etiópia. A inclusão do Brasil, Índia e África do Sul no grupo é um desejo antigo, mas questões internas entre os países africanos podem dificultar o consenso.

Além disso, a abordagem em relação ao conflito entre Israel e Irã será um ponto delicado na declaração final, já que há divergências sobre o tom que deve ser adotado. No âmbito bilateral, o presidente Luiz Inácio Lula do Sul terá encontros com líderes estrangeiros, como os primeiros-ministros do Vietnã e da Etiópia, assim como do Egito e Indonésia, buscando fortalecer as relações diplomáticas.

Apesar da ausência de algumas autoridades, a Cúpula dos BRICs sob a presidência do Brasil busca promover debates relevantes e avançar em questões que impactam diretamente o desenvolvimento global, incluindo a economia digital e a segurança internacional. A valorização dos dados como fonte de riqueza e a promoção de um ambiente propício à colaboração e inovação são pontos centrais da agenda dos BRICs, demonstrando o potencial desses países em moldar o futuro da inteligência artificial e das relações internacionais.

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