Brinquedos comprados pela jovem baleada pela PRF também foram perfurados por tiros; vítima chorou ao ver família, diz mãe
Segundo boletim divulgado, do ponto de vista neurológico, a jovem “mantém reflexos preservados”. Não é possível, porém, fazer uma avaliação completa do nível de consciência e nem se a vítima terá possíveis sequelas permanentes.
Presentes comprados pela jovem baleada por agentes da PRF foram atingidos pelos disparos
Alguns brinquedos comprados pela estudante de enfermagem Juliana Leite Rangel, de 26 anos, baleada na cabeça às vésperas do Natal, durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, também foram alvejados pelos tiros disparados pelos agentes. A informação é da família da jovem.
Segundo a mãe de Juliana, ela havia comprado os presentes que seriam entregues aos sobrinhos. Imagens mostram os furos das balas em baldinhos de areia.
“A Ju tinha comprado [os presentes] para os sobrinhos. [No momento da abordagem e dos tiros, os brinquedos] foram atingidos com tiros. Agora, arrumando as coisas aos poucos, vimos os buracos. Ela estava tão feliz comprando os presentes e nem pode ao menos entregar, e nem vai”, disse Dayse Leite Rangel, mãe de Juliana.
Segundo a família e a direção do Hospital municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, nesta terça-feira (31), Juliana começou a despertar e já responde a estímulos.
Juliana passou por uma traqueostomia na última segunda (30). A sedação vem sendo reduzida, assim como a ventilação mecânica. A estudante apresenta “boa resposta a essa redução de suporte”, diz o boletim.
O carro da família de Juliana foi atingido por 5 tiros quando passava pela Rodovia Washington Luís, na altura de Duque de Caxias. Eles estavam indo passar o natal na casa de parentes em Niterói.
Os tiros foram disparados por três agentes. Segundo a PRF, todos estão proibidos de atuar em operações por tempo indeterminado. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam o caso.